Orgulho ferido é a nossa arma

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19/04/2012 - 15:11

26072009592 300x225 - Orgulho ferido é a nossa armaVanderlei Luxemburgo chegou ao Galo como um Moisés. Não levaria nosso povo a sua terra prometida, mas seria o técnico que levaria toda a Massa aos títulos prometidos, nos colocaria novamente em nossos tempos auges de glória.

De Moisés para Judas, a era Luxa foi de erros e desacertos, e desta era nos restou inúmeras desculpas esfarrapadas, uma vasta experiência em Departamento Médico e algumas frases filosóficas. Dentre as referidas frases, uma em especial me veio em mente nestes últimos dias: “O medo de perder tira a vontade de ganhar”.

E não é que aquele carioca marrento, ganhador de cinco Brasileiros, que não fez nada de bom no Galo, tinha razão. Notei que cobrado pela torcida, os jogadores atleticanos estão acometidos por um grande medo de perder. O empate no clássico e o jogo de compadres contra o Tupi foi uma nítida atitude de covardes, mas este medo não é do time adversário, é medo da sua própria torcida.

O time atleticano ao atingir uma zona de conforto, por um placar favorável durante uma partida, ou a garantia da classificação, se limita apenas a se defender tentando resguardar a situação favorável e não parte para cima dos seus adversários. Após o fatídico 04 de dezembro de 2011, o torcedor alvinegro mudou de postura. Uma torcida que se contentava com qualquer jogadorzinho “bom de bola” e três resultados positivos, era sinônimo de campeão de tudo no ano, mudou!!! Melhor, mudamos!!!

Não aceitamos mais jogadores medianos e primeira fase de Campeonato Mineiro não vale mais nada (nunca valeu). A linha tênue que separa o orgulho do amor próprio, se encontra turva. Uma mistura de indignação, raiva, amor e orgulho ferido inunda o coração atleticano.

26072009593 300x225 - Orgulho ferido é a nossa armaEntretanto, nossas cobranças devem ter o objetivo de cobrar raça, empenho e profissionalismo por parte dos jogadores. Uma pressão sem limites, cobrar futebol de quem não tem ou quem ainda esta aprendendo a ter, não vai nos levar a lugar nenhum. Devemos cobrar respeito por parte dos jogadores para com o alvinegro, e respeito não se conquista com medo. A caminhada rumo às conquistas é obtida quando time e torcida estão no mesmo diapasão. Todos buscando a vitória.

Na fantástica entrevista do ídolo Marques ao jornalista Roberto da WebRadioGalo, o craque nos relatou algo que retrata esta sintonia de time e torcida em 2001, in verbis:

 “...ali na saída de bola, a gente sempre escolhia a bola, eu sempre combinava com o Guilherme: Guilherme vão pra frente, já conseguia um escanteio e a Massa vinha junto...”

O time jogava pra ganhar, e ganhar de muito. Bem diferente é o discurso do zagueiro Atleticano Luiz Eduardo à Globo.com que retrata muito bem a atual situação do time:

"O time deles não fez pressão em cima da gente, nada melhor para nós do que tocar a bola ali atrás sem ser ameaçado."

Quem dá alma ao time é a torcida, temos que transmitir e ditar a batida deste GALO em 2012. Cobrança nos momentos que o time merece ser cobrado e aplausos quando o time merece ser aplaudido, protestos à diretoria por sua inércia na busca por reforços e aeroporto lotado por em boas contratações.

Que a derrota do dia 4 de dezembro simbolize o início dessa nova era e não o fim dos tempos. Vamos cobrar respeito ao manto Atleticano e apoiar o time. Ele é o nosso exército, esta é a nossa luta. Temos que lutar juntos, SEMPRE GALO.

Frederico Fagundes