Se a loucura de um ser for além dos limites da loucura de um mundo, chame-o de Atleticano

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04/04/2017 - 00:50

Confesso que queria poder expressar com mais do que palavras o que eu vi no Mineirão. Por ser meu primeiro clássico devidamente credenciado como imprensa, o coração batia mais forte. Emoções a flor da pele, torcida concentrada no Mineirinho, clima de Guerra, clima de um legítimo clássico da tremedeira.

Em meio a uma invencibilidade de alguns jogos, eu me encontrava ali, como um peixe fora d’agua, um Leão fora da selva (risos), um Atleticano sem seu manto sagrado. Independente de tudo, o Galo tem um lugar especial em meu corpo e no corpo de todo alvinegro, no coração. O Galo vai além de um microfone, de várias câmeras, vai além da aparência, o Galo é paixão.

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Foto: Bruno Cantini / Atlético

E dá-lhe Galo, a bola rola, e com menos de 2 minutos de jogo o time azul abriu o placar. Deus quis que eu não presenciasse o momento, o pau tava cantando, e dar voz ao torcedor é prioridade no Camisa Doze. Gás de pimenta pra lá, bala de borracha pra cá, a desorganização da Minas Arena/Cruzeiro, e o despreparo da PM estava de assustar. Liberaram o povão e a parte que faltava adentrar no Mineirão entrou, A MASSA. O show tinha que começar!

Ao entrar no gigante a primeira cena que vejo é Fred sendo expulso, foi pro chuveiro mais cedo, levou muito a sério a frase "Clássico é Guerra". Como um Galo vingador abriu as asas, mas fazer o que, o Manoel resolveu aparecer logo naquele momento. Segue o jogo!

Gol do time azul, 2 a 0. Qual foi a reação da Massa? Não sei, não devem ter visto o gol, afinal, não pararam de cantar. "Bota a cara, Alemão", tava difícil ver a torcida adversária cantar apenas quando saía gol, assim não tem graça! A Massa parecia ter dado a volta, pichado muro, fumado bagulho e cheirado um branco, tava insana, inclusive cantaram essa música icônica. O "Na minha vida ninguém manda não, eu vou onde vai o Galo" nunca fez tanto sentido!

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Foto: Bruno Cantini / Atlético

E o Galo achou seu gol, Elias conhece os caminhos da rede e os atalhos do campo, tá começando a encontrar seu futebol. 10% do Mineirão explodiu naquele momento, era o gol da Paixão do Povo, era gol do Atlético. Se precisasse definir o momento diria que Rafael Moura peitou dois sujeitos e falou pro Elias: "faça a festa dessa Massa sofrida". Lá no setor da imprensa eu permanecia, admirando o show feito pela Massa e observando 90% do Mineirão apenas torcendo para que o jogo acabasse.

Ali o sufoco começava, blitz no ataque atleticano, EU ACREDITO eles gritaram. Legal, realizaram o sonho de viverem um pouco do acreditar atleticano, saíram satisfeitos de campo. He-Man ainda teve tempo de empatar o duelo, ali não me segurei, pulei, meu óculos voou e custei a encontrar. Mas porra, o Juiz anulou? Fodas, a "Galoucura nunca para de cantar".

Uma derrota por 2 a 1 em campo, um 9 a 2 sinistro nas arquibancadas. Ah, isso é normal.

Fim de jogo, parecia que o Atlético havia ganhado seu mais nobre título, e de fato ganhara, era mais uma demonstração de amor sincero ao alvinegro feita pela sua torcida apaixonada. Parei e comecei a observar, deu orgulho de fazer parte daquilo. Tentaram barrar as bandeiras e instrumentos da Massa de entrarem no Mineirão, pena que não lembraram que a voz do alvinegro jamais poderá ser barrada. Da cabine, do campo, ou das bancadas, o Atleticano sempre estará torcendo contra o vento. Se a loucura de um ser for além dos limites da loucura de um mundo, chame-o de Atleticano.

Estamos sempre preparados para a guerra!