A cueca, o canto e a vitória

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22/10/2012 - 01:34

Colunistas Fael Lima2 - A cueca, o canto e a vitória

Não há nada pior que não poder usar a cueca da sorte em um jogo decisivo. Cogitei equilibrar com a contestada camisa usada na última goleada, mas temi que o raio não caísse duas vezes no mesmo lugar. Peguei outra e, para equilibrar, escolhi um boné com o escudo do Galo e fui para o estádio.

Ao chegar na porta, percebo o efeito da ausência da cueca iluminada. A pessoa que estava com meus ingressos não estava com meus ingressos. Não vou lhes explicar, pois nem eu pedi explicação. Saí como louco à procura do bilhete que me traria paz e tranquilidade. Como vivemos em um mundo capitalista, a paz e tranquilidade tem um preço salgado, por isso paguei o que pediram no bilhete, mas não sei como pagarei outros compromissos durante a semana. Não deixam de ser importantes, mas esses não me trazem paz e tranquilidade; no máximo trazem água e luz.

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Foto: Gabriel Castro

Gol deles. Cogitei voltar em casa. Dava pra usar, era só esquecer a data da última vez em que ela viu água. Um amigo, o Lucas, estava do meu lado quando falei –“Olha o Jô puxando pra área, foi pra trás, movimento certo, toca nele Bernard...” – Gol nosso, duas vezes. Quase tirei a cueca zicada pra rodar durante o hino. O Independência fazia um barulho ensurdecedor e mesmo assim o Jô me ouviu, tenho certeza.

Gol deles. Não dava mais pra confiar nesse pedaço de pano. Fui para o mesmo canto onde eu estava no último jogo, quando viramos no último minuto. Eu ainda espero encontrar o careca que estava ao meu lado, pois ele é a única testemunha. Você, careca, na saída do portão 6, entre em contato. Um cara alto, magrelo, branquelo e desengonçado te falou – “Vai ser do Leo Silva. Me avisa quando ele for pra área, pois vai ser do Leo.” Você me olhou com cara de assustado, eu saí correndo para filmar os Atleticanos desmaiando e perdi a única testemunha.

Não sei se foi o canto da sorte, se cometi uma injustiça com a cueca escolhida ou se o Jô e o Leo Silva me ouviram. Sei que vi algumas pessoas caindo, de joelhos ou apagadas mesmo, vi muito marmanjo chorando, vi uma alegria única, que só se encontra em jogos do Galo.

Alô Kalil, Cuca e turma da chuteira. Eu não prometo levar os amuletos ou ficar no canto da sorte todas as vezes, mas sei que vocês podem me ouvir, mesmo que o Independência faça um barulho ensurdecedor. Por isso, vou sussurrar – “Vamu, Galo! Eu acredito...”

Fael Lima

ABRAÇO NAÇÃO!

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Foto: Grupo Galo Doido no Facebook