COMEMORAÇÃO NÃO, CELEBRAÇÃO

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27/09/2014 - 22:09

A melhor definição que já vi de atleticano foi do Dr. Rodrigo Duarte no documentário sobre a Massa, lançado em 2008 e narrado pelo saudoso Jairo Anatólio Lima. Disse ele que atleticano vai ao Mineirão para celebrar sua Atleticanidade.

Com efeito, não são os ídolos, as vitórias ou os títulos que nos movem, mas esta sensação de “pertenencia”, como se diz na língua espanhola; de fazer parte de uma nação, cujo elo unificador é a paixão incondicional. Muitos estranham porque nosso povo sai às ruas comemorando uma vitória em início de campeonato como se estivéssemos comemorando a queda de um ditador.

Alguns criticam a comemoração, revelando um inconsciente preconceito contra a alegria do povo, como se a este só estivessem reservados o sofrimento, as lágrimas e o trabalho. Os de fora, especialmente, não entendem como um time que não é paparicado pela mídia – ao contrário, a indústria da mentira vive associando caluniosamente os atleticanos com a violência urbana – consegue arrastar multidões por gerações e gerações.

A explicação é que amamos, enquanto os outros torcem por interesse. Estes outros, quando contrariados, atiram pedras em seus ídolos... Além de mobilização espontânea, a Massa já demonstrou que sabe seguir seus líderes. Em um chamado dos jogadores e do presidente, 25 mil atleticanos levaram 40 toneladas de donativos à sede para serem entregues às vítimas da chuva, em 2011.

A campanha para cadastro e uma possível doação de medula teve o mérito de aumentar o número de doadores. Eu mesmo, que nunca pensara no assunto, programei minha ida ao Hemominas.

Do ponto de vista financeiro, contudo, as iniciativas não têm produzido bons resultados. O sócio-torcedor, lançado no início da década passada, foi descontinuado; a contribuição via desconto na conta de energia elétrica, malgrado o alto custo administrativo envolvido, também não gerou grandes receitas.

Até mesmo na bilheteria está difícil ajudar o Galo, pois nossos “competentes” governantes deixaram a capital sem estádio. Mas o mais decepcionante programa em que entramos foi a Timemania. A participação da Massa está pífia, muito abaixo do potencial e menor que a participação de torcidas menores.

Alguns atribuem o fracasso ao próprio Sistema, afirmando que este jogo de azar não caiu no gosto popular; outros dizem que a inexistência de um Departamento de Marketing no Atlético inviabiliza a realização de campanhas institucionais.

Penso que nada disso pode ser desculpa para nós, torcedores. Jogar na Timemania está ao alcance de todos e é o que devemos fazer, colocando o Atlético no topo desta competição. Se muitos torcedores gastam pulso telefônico telefonando para emissoras de TV e votando em gol mais bonito e outros participam de toda enquete existente na Internet, por que não jogarmos na Timemania, que traz benefícios concretos ao clube?

Fica aqui meu desafio: vamos todos jogar na Timemania e colocar o Galo no topo desta competição. Não duvidem dos benefícios indiretos desta mobilização.

Lincoln Pinheiro Costa

Twitter.com/lincolnpinheiro

“Clube Atlético Mineiro, o Time de Minas”