No próximo domingo, o Atlético escreve a primeira página de 2012, na estreia no Campeonato Mineiro, contra o Boa. O ritual não será como nos anos anteriores, em que o atleticano passava os primeiros minutos da partida acostumando com a ideia de “fulano” estar vestindo nossa camisa, conhecendo o estilo de jogo de cada um e torcendo para que haja substituições, para que todos os reforços entrem em campo. É um ritual de renovação, onde as esperanças renascem.
Essa estreia mostra que se o Galo 2012 não emplacar, não poderemos dizer que um dos principais fatores é o desmanche anual que estávamos acostumados. Em 2011, no amistoso contra o River Plate (URU), poucas vezes vi o atleticano tão empolgado. Além de um técnico que conhecia os jogadores, o grupo que venceu a maioria dos últimos jogos em 2010, e milagrosamente nos tirou do rebaixamento, ganhou reforços que mesclavam juventude e experiência. Ficava difícil escalar o time, pois, teoricamente, tínhamos quantidade e qualidade.
Os primeiros minutos do amistoso me empolgaram, pois Tardelli e Jobson nas pontas compensavam o devagar, mas criativo Ricardinho. Será que Richarlyson possuía mesmo a raça e técnica que tanto diziam? Goleiros, zagueiros, meias... Tudo novo para que o atleticano analisasse, elogiasse ou criticasse.
Domingo não será assim. O atleticano poderá matar a sede de ver o Galo em campo, encontrar os amigos que só aparecem nos estádios e comemorar os gols, mas os que entrarão em campo não trarão essa sensação de curiosidade em início de temporada.Danilinho é de casa e já tem fãs pela Massa, então somente Escudero, Rafael Marques e Leandro Donizeti surgem como novidades.
Nenhum dos quatro contratados esteve em campo na última rodada do Brasileiro 2011, mas certamente serão cobrados como se estivessem. A adrenalina, ansiedade e curiosidade típicas de início de temporada deram lugar a um sentimento de raiva do invisível, sendo assim, os que ficarem por aqui, saibam que o jogo começa um a zero pra eles e não há tempo de adaptação ou qualquer outra desculpa. Atleticano agora só comemora a chegada de taças, todo o resto é descartável.
Talvez, pela primeira vez na história, o maior suspense no início de temporada é se vamos superar o último golpe. A única certeza é que vamos lutar, pois a coragem do atleticano é única, independente da temporada.
ABRAÇO NAÇÃO!
Fael Lima
Fotos: Bruno Cantini