Está pago, Telê

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27/08/2013 - 01:09

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O relógio marcava 5h45 quando Telê Santana, o auxiliar Léo Coutinho, Nery Campos e o roupeiro Otacílio começaram a caminhada de Belo Horizonte até uma Basílica na cidade de Congonhas. O Atlético havia conquistado o Campeonato Brasileiro no dia anterior e o quarteto pagava a promessa que Telê havia feito, caso o Galo levasse a taça. Após cerca de vinte e cinco quilômetros, veio o cansaço e o grupo foi aconselhado a seguir no carro com policiais rodoviários. Telê ajoelhou-se na diante da imagem do Bom Jesus, rezou e retornou para a festa que não acabava em Belo Horizonte. Para muitos Atleticanos, a promessa não foi totalmente cumprida e nos anos seguintes, sempre que havia um momento de azar dentro de campo, a promessa era citada como motivo da bola não ter entrado.

A mesma estrada ficaria Alvinegra novamente quase quarenta e dois anos depois. Com a taça da Libertadores da América na Sede de Lourdes, Bruno, Vinny, Du, Alexandre, New, Vanusa e Sérgio partiram para uma batalha contra o asfalto, o sol, o cansaço. Sérgio dirigia uma caminhonete que levava água, isotônicos, frutas, cerveja e, obviamente, bandeiras do Galo.

1150335 506591989419389 945726306 n 300x225 - Está pago, TelêLogo no início do trajeto, uma motivação a mais com a frase na porta de um comércio “Não ganha nada. Galão não guentô”. Uma frase como as tantas que motivaram nosso time. Talvez os rivais não saibam, mas eles também são responsáveis pelo título do Atlético, assim como foram responsáveis pela energia extra naquela madrugada rumo a Congonhas.

Algumas horas depois, veio o cansaço, bolhas nos pés e somente naquele momento foi possível entender o motivo de Telê Santana ter aceitado a carona até a Basílica. Então alguém lembrava a todos do sentimento quando Riascos partiu para a bola ou quando a redonda sobrou para Guilherme após um apagão. Um sentimento que funcionava como anestésico para qualquer dor.

Cinquenta e nove quilômetros e onze horas depois, as bandeiras que estavam na caminhonete puderam ser esticadas na porta da Basílica, em Congonhas. Se o título tirou um peso grande das costas de cada Atleticano, cumprir aquela promessa finda qualquer superstição quanto a Telê e deixa somente as boas lembranças de um dos maiores treinadores da história do Atlético. Quando Ferreyra driblou Victor na final, quem sabe não foi o treinador quem garantiu aquele tombo para que esse momento acontecesse?

As informações sobre a promessa de Telê Santana foram retiradas do excelente livro “1971 – O ano do Galo”, de Marcelo Baêta.

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Fael Lima

ABRAÇO NAÇÃO!

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