Já ganhou! – A lição que o Galo e o Atleticano precisam aprender

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13/04/2016 - 15:55

O ano era 1995, quando comecei a torcer pelo Galo de Taffarel, Paulo Roberto Prestes, Doriva, Euller, entre outros da equipe que venceu o Rosario Central por 4 a 0 na final da Copa Conmebol. Nem precisava de jogo de volta, a taça seria nossa com uma facilidade jamais vista. O título ficou na Argentina e tive a minha primeira lição de que as coisas não dão certo para o Atlético quando são fáceis demais. A Portuguesa em 1996, o São Caetano em 2001, adversários mostrando em situações diferentes que o futebol ensina, mas nem sempre queremos aprender. Atualmente, se você perguntar para dez pessoas qual é a principal característica do Atlético, treze irão citar a capacidade em superar dificuldades. Fizemos dois gols no Newell’s e Olimpia, pois precisávamos de dois. Acredito que faríamos quatro, se a classificação e o título dependessem disso. Por outro lado, acho que teríamos uma partida muito mais difícil se tivéssemos conseguido um empate ou vitória no campo do adversário. O Atlético e a Massa jamais viveriam com o termo “já ganhou”. Deixamos um estádio com uma sensação inexplicável se aquele gol no último minuto foi marcado por alguém que daria a vida para não ver nossa bandeira sendo derrotada. Mangabeira foi extremamente feliz por associar o time Alvinegro de Minas ao Galo de briga. Se colocado contra a parede, afia o bico e as esporas para lutar enquanto houver forças no corpo. A certeza do título nos cegou após a goleada sobre o São Paulo em 2013 e só voltamos a enxergar novamente nos momentos mais difíceis. O Raja era o adversário dos sonhos em Marrocos, fazer quatro no Corinthians e no Flamengo com poucos minutos de jogo? Impossível! A liderança no Brasileiro 2012 e 2015 são outras páginas que confirmam que esse tal futebol realmente tenta nos ensinar essas lições, mas nós insistimos em não aprender. Agora temos um bom time, o melhor em Minas Gerais, um grupo “fácil” na Libertadores e a imprensa já fala sobre o temido Atlético. Entrar como favorito nas decisões que teremos pela frente não me preocupa, desde que o time não acredite que o gol sairá quando eles quiserem. Contra o Melgar, contra a URT, contra o Íbis... Que esse pensamento de vitória certa fique longe do Atlético em qualquer situação, que não seja preciso outra lição do futebol para aprendermos que nosso Galo é movido a desafios. Nada foi fácil para nosso clube. Exceto a final da Copa do Brasil 2014, pois essa foi fácil pra caramba.