O maior dos presentes

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19/03/2012 - 12:55

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O motorista decidiu pegar uma estrada alternativa para Nova Lima e o caminho ficou mais longo. Foi bom para ouvir as histórias dos atleticanos que viveram dias especiais nas arquibancadas de todo o Brasil, seguindo o Galo em qualquer circunstância.

Fiquei calado, ouvindo sem opinar, até que o assunto encerrou, então me virei para falar algo sobre as histórias. Sem saber o que sairia da minha boca, arrisquei comentar que Deus tem algo especial guardado pra Massa, que um dia teremos tantos sorrisos, que os jovens duvidarão da veracidade das histórias com finais infelizes. Virei-me novamente para a janela e mesmo sem olhar pra trás, senti o brilho em cada olhar, a esperança reinando naquele automóvel, o barulho de um sorriso silencioso em cada rosto.

Logo que cheguei na cidade, vi que o ônibus do Galo tentava estacionar no estádio e não conseguia, formando uma multidão para acompanhar a manobra. Quando o motorista conseguiu, a torcida vibrou como gol o simples fato do ônibus do Clube conseguir estacionar. Os dias difíceis fizeram o Atleticano se apegar a cada detalhe dessa bandeira, e tudo que carrega o preto, branco ou algo que possa lembrar vagamente o Atlético, ali reina a paixão do Atleticano.

Logo que entrei no estádio, fui para o canto da grade para observar os detalhes, como o ritual do Belmiro, massagista do clube há décadas, beijo no terço, uma reza baixa, um sorriso ao passar pela Massa e ouvir seu nome sendo gritado por todos que estavam por ali. Esse ganhou um presente dos céus, impossível de se descrever, comemorando de perto os gols de cada ídolo, sabendo que seu trabalho pode influenciar no placar; no fundo o Belmiro sabe que é um pouco centro-avante. Um Belmiro abençoado.

DSC04044 300x225 - O maior dos presentesMinha distração com o Belmiro acabou, pois do meu lado estava o senhor Laerte, pai de 8 filhos, todos com o nome começando com a letra R, de Reinaldo, ídolo do Laerte. Esse fez questão de dividir a benção Divina com as próximas gerações, todos carregando por toda a vida uma ponta de energia alvinegra no sangue.

Vinte e sete do segundo tempo, placar adverso, time ansioso, uma leve chuva caindo, mas nada que fizesse a torcida Atleticana parar de cantar. Gol do Galo e a chuva acabou, ou evaporava antes de chegar à Terra, tamanho era o calor daquela torcida nesse momento. Antes que pudéssemos agradecer aos céus, a virada alvinegra veio. Dessa vez, além de agradecer, pedimos aos céus para nos presentear novamente com a chuva, assim ninguém veria as tantas lágrimas que surgiram.

Quando os olhos secaram, veio uma pergunta no meu coração e eu fiz questão de repassá-la para o amigo Flávio, que não segurava o sorriso ao meu lado. "Algo nesse mundo já te deu essa sensação que seu corpo sentiu no segundo gol?" - O silêncio foi minha resposta, pois eu também não havia encontrado o que falar...

Que os incrédulos me perdoem, mas senti ali que eu ganhava a resposta da frase dita na viagem. Deus tem algo muito especial guardado para essa torcida e Ele nos presenteia a cada jogo, sempre que a camisa alvinegra entra em campo, sempre que um ou um milhão de atleticanos cantam juntos um hino.

Já é quase manhã, então me despeço para a oração antes de repousar, o momento de agradecer Àquele que me deu o maior dos presentes, amar verdadeiramente o Clube Atlético Mineiro.

Fael Lima

ABRAÇO NAÇÃO!

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Atleticanos após a partida, preparando a fila para a venda de ingressos do jogo da próxima semana.

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Fotos: Força Jovem Atleticana