"ele num tá nem jogando zé! Entendeu? A parada é essa. Então nós tem que espalhar esse bagulho aí e fuder esses caras, ainda mais que eles perderam ontem. Joga isso na mídia aí zé, pá dá rebulição nesses cara aí!"

A resenha acima é o final de um áudio espalhado pelo whatsapp no dia seguinte à derrota do GALO por 1x0 no Morumbi pelas quartas de final da Copa Libertadores da América. Supostamente gravado por um representante de torcida organizada do nosso rival falando sobre uma das teorias que supostamente explicam a ausência do Cazares nos jogos do GALO.

O interessante é a preocupação dos nossos rivais em aproveitar a dúvida da torcida para criar no GALO uma crise, isso acontece a muito tempo, não é segredo pra ninguém. Mas na situação em que eles se encontram, é realmente engraçado vê-los nesse desespero pra atrapalhar o GALO.

Foda-se o crüzeirim. Sempre foi assim e certamente continuará assim. O GALO é o foco em Minas Gerais. Todas as atenções são voltadas para o nosso time seja pela tremedeira dos rivais, pela repercussão que o GALO oferece à imprensa ou por nós, torcedores do Atlético.

O cenário descrito me levaria a entender que existe uma guerra da informação em MG. Rivais e imprensa trabalhando contra o Atlético, e nós, defendendo-o como soldados leais à sua bandeira e às suas cores. Mas não é bem assim, infelizmente. O que é divulgado pelos rivais e "jornalistas" é exatamente o reflexo das confusões que a própria torcida do Atlético cria.

Sim! Somos nós mesmos quem começamos as discussões.

É muito fácil perceber isso quando em entrevistas coletivas (principalmente pós derrotas), os jornalistas se colocam na posição de representantes da MASSA diante do técnico fazendo exclusivamente perguntas que o colocam contra a parede diante das reclamações da torcida. Eles sabem que nós estamos atentos esperando uma resposta que nos deixe ainda mais indignados para termos razão de vaiar, reclamar na arquibancada e dizer que nunca concordou com um jogador qualquer ou com o técnico.

Nós acendemos a fogueira. A imprensa e os rivais, simplesmente jogam o álcool. Não temos motivos pra reclamar!

Reparem que ultimamente a torcida sempre está dividida entre Lado A x Lado B por vários motivos, sejam eles:

New exigentes x Apoio Incondicional - Normalmente trocam acusações chamando o opositor de "mais atleticano", o que é uma bobagem. Isso não existe.

#ForaTécnicoX x #FechadoComTécnicoX  - Isso não depende do técnico ok? Desde Cuca (sim, o Cuca) parte da torcida não aceita o trabalho de nenhum treinador, e se posicionam contra antes mesmo de qualquer problema ou resultado que justifique. Isso acontece porque poucos entendem o suficiente, mas todos tem uma opinião. Qualquer técnico terá milhares de torcedores contrariados com a sua decisão, seja ela qual for.

Usa o Mineiro pra testes x Escala time titular porque Mineiro é importante e os jogadores precisam de ritmo - Trata-se de uma opinião pessoal, e já vimos os dois exemplos. Em 2015, Levir escalou o time titular na primeira fase do mineiro. Perdemos 5 titulares pra libertadores e nos classificamos com muita dificuldade. Em 2016 o Aguirre adiantou que iria testar no Mineiro e priorizar a libertadores. Foi criticado pelas "invenções" apesar de previamente avisadas, o que gerou o desgaste existente hoje. Resumindo: Sempre existirão milhares de torcedores contrariados, independente do método utilizado pelo treinador ou diretoria. Sim, o nosso presidente declarou antes do Aguirre chegar que a prioridade do primeiro semestre seria a Libertadores. Inclusive, prometeu para a Primeira Liga, um time sub-23. Não é um planejamento ou uma decisão exclusiva do treinador.

Se pegar na balada tem que dar porrada x Se jogar bola, pode beber - Essa discussão nem depende na verdade de concordar ou não com jogador na balada, mas sim com o jogador em questão. Daí parte o apoio ou a oposição às decisões da comissão técnica e diretoria. O fato é que jogadores baladeiros já foram absolvidos e outros já foram afastados do time por esse motivo, pela diretoria, diga-se de passagem. Logo, a discussão sempre está mais ligada ao fato de gostar ou não do jogador cachaceiro do que com o comportamento em si.

Independência x Mineirão - Todo mundo só olha o próprio lado na verdade, mas os argumentos são usados de acordo com a conveniência. Já a questão comercial que é o principal motivo das decisões sobre onde o GALO irá jogar, pouca gente se preocupa em entender.

Desfile machista x Desfile, simplesmente - Essa parece inacreditável. Mas infelizmente aconteceu e foi extremamente prejudicial à imagem do GALO, por ter sido explorada pela mídia em âmbito internacional. E mesmo sendo uma discussão sem cabimento pra um time de futebol, repercutiu muito porque envolve o GALO. Qualquer coisa no GALO repercute.

Citei essas tretas acima, mas a cada semana aparecem pelo menos umas quatro. Dependendo do resultado em campo, até mais. E isso só mostra que nossos rivais e a imprensa mineira não precisam se preocupar em criar confusão no GALO.

Nós mesmos temos criado nossas "rebulições", seja lá o que for isso. Eles só precisam continuar explorando todas essas discussões e fazendo-as chegarem ao elenco, comissão técnica e diretoria. A gente até ajuda a reforçar quando o GALO não estiver goleando na arquibancada. Vaia, chama de burro, de cachaceiro, manda embora do GALO, etc...

É tudo por amor. Todos nos amamos o GALO, até os que se dizem nossos rivais. Mas ajudar mesmo que é bom, jogar pra cima, empurrar e defender nossas cores, é coisa de quem estava satisfeito em ver o time na série B.

Começaremos o Brasileiro com boa parte dos amantes do GALO surpreendentemente torcendo por uma derrota contra o Santos.

Alguns para se sentirem confortados, já que o time pelo qual dizem ser simpatizantes, tem os causado enorme aflição. Outros pra ter assunto, audiência, cliques e ter a chance de ser o autor da melhor pergunta maldosa na entrevista coletiva. Outros ainda, de maneira deprimente estão torcendo para o próprio time ser derrotado, por acreditarem que essa derrota irá derrubar o técnico cujo trabalho não entendem ou simplesmente não gostam.

Tudo isso por amor ao Clube Atlético Mineiro. Todos amamos o GALO!