Por Fael Lima

Dezembro e janeiro são os meses de férias no futebol. Sem jogos, sem comprar ingresso, sem arquibancada. Como não existem férias no dicionário do coração Atleticano, ficamos focados nas contratações, especulações e controlando a ansiedade pela nova temporada. Aproveitei para pensar também em ações que fariam a Massa entender o peso que ela teria nas partidas mais difíceis, principalmente pela Libertadores.

Na primeira oportunidade que tive de conversar com um representante da Dry World, dei a dica de tema para o lançamento da coleção 2016. “Chegou a hora de o Atleticano vestir a camisa” – seria a frase para que alcançássemos a vitória na guerra. Imaginava o Daniel Nepomuceno e o Chico Pinheiro tirando o terno e revelando a camisa Alvinegra pronta pra qualquer desafio. As personalidades Atleticanas, torcedores comuns, jogadores e ex-jogadores entrando juntos na apresentação do novo uniforme para mostrar que essa é uma guerra de todos nós.

As batalhas mais difíceis da nossa história mostram o porquê da camisa 12 estar imortalizada no clube. Não importa se astros internacionais vestem nosso Manto, se teve golaço, goleada ou taça no último jogo. Se você disser em qualquer canto desse país que é ‘Galo’, as pessoas querem falar sobre tudo que a Massa sempre fez na arquibancada. Perdi a conta de quantas vezes ouvi “vocês sabem fazer barulho, o que vocês fazem é incomparável, a torcida do Galo é diferenciada”.

Mas... se antes a torcida ditava o ritmo do time, agora é o time que tem ditado o ritmo da torcida. “Não tem como apoiar com o fulano entre os titulares, não vou cantar enquanto o treinador não fizer a substituição que eu quero, paguei por uma obra de arte”.

Vestir a camisa do Atlético é mais do que escolher a peça de roupa que vai ficar bonita na foto e impressionar os amigos em um momento de lazer. É estar escalado no ataque e na defesa, ser o doping que fará cada jogador correr além do que conseguiria. Claro que a tensão às vezes nos desconcentra, principalmente nos roteiros do Atlético, mas é preciso lembrar sempre qual é o nosso papel no estádio. Nós não estamos lá para ver o time vencer. Nós estamos lá para fazer o time vencer.

Não importa se você passou pela catraca com o ingresso do setor mais barato, parcelado em dez vezes e que exigirá uma economia do lanche na escola ou com o Galo Na Veia Preto estampando o número de sócio 001. Não importa se a camisa que está no seu corpo é a nova (e linda), lançada pela Dry World, ou aquela surrada da década de 90, companheira de tantas histórias. Colocar o escudo do Atlético junto ao corpo é entrar na guerra que envolve chuteiras, bandeiras, canetas e microfones. Você vai colocar a sua farda e vir pra trincheira ou ainda não decidiu de que lado você está?