Viva o Galo Doido, a minha vida

Por:
05/11/2012 - 00:03

Colunistas Fael Lima2 - Viva o Galo Doido, a minha vida

Como Atleticano, vivi um péssimo mês em janeiro de 2012, havia uma tristeza que vinha de dezembro e crescia a cada dia, fazendo com que, pela primeira vez, eu não tivesse vontade em estar na arquibancada quando o Galo entrasse em campo. Mas a camisa preto e branca apareceu e eu estava lá, debaixo de uma tempestade, com pouco mais de duas mil pessoas ao meu lado na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Na companhia de outros Atleticanos, encarei horas de estrada até Uberaba, fui até Juiz de Fora no corredor de uma van, deitado em cima de uma bandeira de torcida, desafiamos policiais para que pudéssemos expressar nossas opiniões em faixas, protestamos contra os personagens de dezembro. Sol, chuva, dia, noite, em qualquer situação, encontrei pessoas que viam o Atlético uma vez no ano e por isso aproveitariam cada segundo daqueles jogos. Momentos onde prometi para mim mesmo que jamais deixaria aquele desprezo de janeiro tomar conta de mim novamente.

saída do time bruno cantini 300x199 - Viva o Galo Doido, a minha vida

Foto: Bruno Cantini

Não foi quando levantamos uma taça de forma invicta que percebi os meses maravilhosos que viriam pela frente. Foi quando o juiz apitou e decretou nossa eliminação na Copa do Brasil. Usamos a tática dos grandes boxeadores quando nos acertaram um grande golpe e nós nos levantamos como se nada tivesse acontecido, pois sabíamos do nosso potencial. Tenho duas teorias – ou acharam que não tentaríamos novamente ou tremeram quando aparecemos ainda mais fortes. Bastava estudar os adversários, esquivar-se, confiar na mágica de um gênio, entre outras técnicas do ringue. E deu pena dos adversários quando o gênio começou a golpeá-los nos dias da virada.

Os vidros do Independência tremeram, as ruas se incendiaram com sinalizadores e quem não estava no primeiro jogo do ano, agora encarava tempestades piores na fila de ingressos para conseguir estar presente quando a mesma camisa preto e branca entrasse em campo. Cheguei a ficar sem voz, e quando ela voltou, soltei um “Vamu, Galo”, para desafiar qualquer time ou mestres da língua portuguesa. Viradas históricas, lances inesquecíveis, clubes comemorando 1 pontinho conquistado contra o Galo, agora sim, Forte e Vingador.

atleticoxpalmeiras moacirgaspar 18 300x200 - Viva o Galo Doido, a minha vida

Foto: Moacir Gaspar

O Atlético jogou cinquenta e duas vezes no ano. Em trinta e nove eu estive presente. Não me arrependo nem um pouco, com título ou não. Sei que os pais não se arrependerão por ter dado o nome de Ronaldo aos filhos que nasceram, sei que todos dormiriam nas filas quantas vezes fosse preciso, a mão queimada com o sinalizador, as horas na estrada, tudo vai deixar saudade. O fim do ano é logo ali e tenho certeza que 2012 foi uma fábrica de histórias para todos nós, assim como fica a certeza que janeiro será um mês longo, contando as horas para ver a camisa preto e branca novamente em campo, com sol ou tempestade.

Quis escrever sobre 2012 hoje, data em que as chances de título ficaram para trás. Era para ser uma madruga triste e ainda assim eu sinto o coração bater feliz. Minha alegria é a existência do Galo e por isso eu sei que amanhã vou acordar com um sorriso no rosto e a camisa no corpo. Pronto para mais uma vida inteira ao lado do meu Atlético. Viva o Galo Doido, a minha vida!

Topblog Fael 1 - Viva o Galo Doido, a minha vida

Fael Lima

ABRAÇO NAÇÃO!

Twitter | Facebook | Orkut

Youtube 1 | Youtube 2 |Youtube 3