Porque o GALO é favorito a tudo o que disputa?

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06/07/2017 - 22:13

Estreando nas oitavas da Libertadores o Atlético interrompeu uma sequência de 4 vitórias nos últimos 5 jogos. Esse retrospecto recente só não foi melhor, perfeito no caso, porque empatamos em casa com o Sport pela 9a rodada do Brasileiro, segundo jogo dessa sequência que significou uma recuperação importante para a temporada do GALO.

Como não sou adepto da linha de pensamento de que vencendo jogou bem e perdendo tá tudo ruim, fiz questão de citar especialmente esse jogo no Horto contra o Sport de Luxemburgo, time presente na lista dos que não poderiam tirar pontos do Atlético para que brigássemos pelo título brasileiro. Naquele jogo, eu comecei a aceitar que a nossa lateral direita seria a receita para o sucesso adversário e que isso não quer dizer que o Alex Silva mereça a minha perseguição ou crítica exagerada.

Se eu fosse adversário do GALO, eu também insistiria em tornar o mais difícil possível a adaptação de um jogador que não estava nos planos do time, mas passou a ser titular absoluto por uma necessidade inexplicável, caso da lateral direita. Mas não foi só o Alex Silva! Mesmo dentro dessa sequência de bons resultados, qualquer adversário poderia escolher pelo menos 3 jogadores para pressionar o Atlético, principalmente no setor defensivo. No Campeonato brasileiro esse foi o maior problema do GALO. A partir do jogo contra o São Paulo, na 8a rodada, continuou sendo, porém com menor êxito dos rivais.

Enquanto parte da torcida procura explicações mais simples e fáceis de serem aceitas, eu reparava a evolução dos jogadores que, sendo jogados em fogueiras, começaram a dar resultados inesperados e a camuflarem o abismo técnico entre eles e os titulares, afinal, quando o time ganha nem erro de arbitragem é reclamado né?

Mentira! Por incrível que pareça, nosso presidente foi à coletiva apontar uma péssima arbitragem que nos tirou um resultado melhor no jogo de ida da Copa do Brasil contra o Botafogo, quarto jogo dessa ótima sequência.

Mas o que eu tava falando era sobre a enganosa impressão de que os moleques da base e os recém chegados são suficientes para a temporada do GALO. Você entendeu né? Ao contrário do que parece, Yago, Ralph, Alex Silva, Leonam, Capixaba, Bremer, Matheus Mancini, Rodrigão, Cleiton e nem mesmo os mais experientes Roger Bernardo e Valdivia, podem ser considerados capazes de corresponder às nossas expectativas pra 2017. Sabe porque?

Bem, vou dizer, mas antes, quero explicar o que eu penso deles:

Alguns são bons jogadores. Outros nem isso. Quase todos foram escolhidos para entrar por extrema necessidade ou por ser a única opção. NENHUM por se destacar tecnicamente e tomar a posição do titular. Na verdade, alguns desses jogadores vindos da base superaram sim, tecnicamente outros jogadores contratados para compor esse grupo forte de 2017 e que são reservas, como Marlone e Danilo por exemplo. Outros jogadores, chegaram com moral, e até foram comemorados pela torcida, mas isso não os impediu de ter que entrar em situação desfavorável, antes da hora, sem treinar com o grupo, prejudicando o desempenho e decepcionando os mais esperançosos. Esse último caso, é o dos novatos Roger Bernardo e Valdívia.

Agora sim, vou explicar porque mesmo "correspondendo à altura", que na verdade significa ganhando jogos, esses jogadores, tanto os mais novos quanto os recém chegados não poderão jamais ser titulares absolutos do time com o qual planejamos ganhar muitos títulos em 2017.

É bem simples, galera!

Eles não podem ser "OS CARAS" que vão usar a camisa do GALO porquê toda a nossa expectativa pra essa temporada, a presença do GALO na lista dos candidatos a todos os títulos que disputamos, e o medo dos adversários que vem nos enfrentar não é por causa deles. O fato de o GALO ser favorito aos grandes títulos de 2017 se deve aos craques e experientes jogadores contratados para formar um time multicampeão.

Antes de analisar a posição do escudo do GALO na tabela do brasileiro, ou as fases em que o GALO pode chegar na Copa do Brasil e Libertadores, precisamos pensar em quem vem se destacando para nos colocar lá.

Essa ultima sequência de 5 bons resultados encerrada em Cochabamba, por exemplo, pode ser dedicada aos jovens apagadores de fogo que ocupam principalmente o setor defensivo do GALO ou aos temidos, experientes e renomados líderes desse grupo, que ocupam os setores mais ofensivos?

Seria compreensível se nesses últimos jogos tivéssemos cedido à pressão dos adversários e tomado vários gols mas Fred, Robinho, Cazares e Elias tivessem resolvido ou compensado a deficiência com muitos outros gols. Não seria?

Mas não é isso que tem acontecido. Pelo contrário! A solução tem vindo de quem menos se espera. O grande exemplo disso foi a vitória quase heroica em Chapecó.

Pelos resultados, esses moleques estão é segurando, e muito, a onda dos grandes nomes do elenco. Além disso, estão fazendo o que podem para atender à expectativa que não foi gerada para eles. Se fosse, a cobrança seria bem menor, obviamente.

Não me parece justo, mas quem quer ser jogador do GALO tem que aguentar a pressão. Vai ser bom pra eles. Não pra nós! Gabriel por exemplo, ser considerado o nosso zagueiro experiente que dá segurança ao semi estreante Bremer é muito bom para ambos os garotos, e eles tem cumprido bem suas respectivas funções, mesmo que precocemente. Vai para o currículo deles e tal, mas para o Atlético que contava com Erazo, Leo Silva e Felipe Santana, jogar um jogo de oitavas de Libertadores com a zaga de ontem não é nada bom.

Estou explicando todo esse contexto só pra ver se vocês entendem o que eu penso da derrota pro irrelevante Jorge Wilstermann. Me recuso a destacar a péssima atuação do Alex Silva e a questionável falha do Yago no lance do gol.

O GALO não é favorito por causa deles. E, precisando contar com eles além de Gabriel e Bremer, esses jogadores deveriam ser os ajudados. Os compreensíveis erros e más atuações dos inexperientes ontem, deveriam ser compensados pelo que se espera de Fabio Santos, Carioca, Elias, Cazares, Robinho e Fred. É por causa desses últimos e do Victor, que os bolivianos temiam tanto o GALO. É por causa deles que esperávamos que o GALO resolvesse fácilmente esse primeiro jogo. E são esses caras que estão devendo muito. TODOS JUNTOS! São eles que eu espero assumirem a responsabilidade e o comando técnico durante os jogos, dentro de campo.

Que o Gabriel volte a ser um jovem da base que pode aprender com os companheiros mais experientes. Que o Fred, Robinho e Elias sejam os craques e ídolos que deveriam ser. Ao invés da primeira, óbvia e incontestada substituição em todos os jogos, como tem sido o Robinho.

Vamos passar e vamos ser campeões, mas só se os jogadores gigantes estiverem disponíveis, bem fisicamente, tecnicamente e assumirem seus postos de formadores de um elenco favorito a quantos títulos o GALO disputar.

Vamo GALOOOOOO!