Galo em segundo plano (PARTE 1)

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29/08/2011 - 04:31

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Hoje não postaremos os vídeos dos jogos do Atlético, como a Massa está acostumada a ver no Cam1sa Do2e, semanalmente. O ideal é registrar o que acontece na Massa e repassar aos que não puderam ir, por diversos motivos. É preciso guardar coisas boas, eternizar bons momentos da nação alvinegra para essa e as futuras gerações. A filmadora estava preparada, a torcida animada e um clássico pela frente. Era para ser uma festa bonita, mas havia algo no ar que me fez ficar afastado até o jogo começar.

E não errei. Após alguns foguetes, correria entre policiais e chegava a informação que eu torcia para que não acontecesse. Briga entre torcidas do Atlético fora do estádio. Tudo aquilo vai muito além de apoiar ou não a diretoria atleticana, estar em espaço ‘x’ ou ‘y’ no estádio. Um assunto muito extenso para ser detalhado aqui, então limitaremos à discussão do que aconteceu na Arena do Jacaré.

Antes precisamos voltar ao ano de 2005 e os 3 gols do Fortaleza em 5 minutos. Uma cena que me fez colocar a cabeça entre os joelhos e perguntar o que estava acontecendo naquele momento. Achei que a identidade atleticana não seria a mesma na série B. Vencemos segunda divisão, a torcida saiu mais forte e derrubou ainda um centenário frustrante.

A tarde desse domingo, 28 de agosto de 2011, me fez mais uma vez abaixar a cabeça e ter a sensação que a Massa não será mais a mesma. Do outro lado estava o Cruzeiro, mas a rivalidade era atleticana. Poucos se preocupavam em pressionar o rival. Às torcidas, que ainda travavam uma batalha de gestos e indiretas nas músicas, somavam atleticanos (que não são de torcidas organizadas) que discutiam com outros atleticanos pelas coisas mais simples. Decidi que não valia à pena registrar nada daquilo e, pela primeira vez, tive vontade sair da arquibancada e não voltar mais.

Criticar os jogadores atleticanos passou a ser mais importante que deixar o adversário irritado. Caramba! Era a camisa azul do outro lado e na arquibancada de atleticanos havia um mar morto.

Vestígios da briga extra-campo ainda rodavam pelos corredores. Instrumentos quebrados, roupas rasgadas, e o pior, a promessa de alguns que aquilo não terminava ali. Essa narrativa poderia citar ainda a frase dita por um dos envolvidos na briga, que exigia a retirada de uma faixa da grade, para que outra fosse amarrada no local, mas tão nojentas foram as palavras, que lhes pouparei, apesar de que a citação comprova a preocupação a que me refiro.

Uma preocupação onde, finalmente, o conjunto de resultados ruins, jogadores péssimos, rixa entre torcidas e um estádio sem força para que a influência da torcida ajude a chegarmos ao impossível – UMA TORCIDA COMUM.

Parecia um termo impossível há alguns anos atrás, mas hoje não estamos longe disso. Aquele poder de conquistar novos atleticanos pelo show nas arquibancadas, enquanto as taças não vinham nos gramados. Eu sou a prova viva que a Massa converteu inclusive filhos de cruzeirenses, pelo show, até então, garantido a cada jogo.

Antes de sonharmos com o Atlético de volta ao primeiro plano do cenário futebolístico brasileiro, precisamos voltar a colocá-lo em primeiro plano nas nossas ações. Falo nossas, pois a Massa é um todo (ou era). Independente de quem administra o Clube Atlético Mineiro, independente de quem veste essa camisa, acima de qualquer outra atitude ou símbolo, ali está o escudo do Galo e isso basta.

Chegamos ao absurdo de atleticanos torcerem contra, simplesmente para afirmarem que já previam a péssima escolha do técnico, presidente, jogador. A vaidade, que não nos pertence, nos contamina!

Que as torcidas organizadas provem que realmente estão conosco e mudem suas atitudes pelo bem do Galo. Que a diretoria atleticana planeje uma proximidade do torcedor com o Clube, o que hoje não existe. Que o atleticano vá ao estádio para lutar até o fim pelo Galo, e só pelo Galo.

Ou tudo isso acontece HOJE, com o Galo em primeiro plano, ou torçam para que a velhice não lhes roube a memória, para que possam lembrar-se dos dias em que fizemos a diferença nos estádios. Triste, mas real.

ABRAÇO NAÇÃO!

Fael Lima

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