Roger e a Lei de Hooke – Marcos Rocha CEO da Massa

Por:
10/05/2017 - 09:40

Foto de capa: Bruno Cantini / Atlético

Uma grande virtude do mundo moderno é a flexibilidade e a maleabilidade, ou seja, a capacidade de ter menos rigidez, flexionar a mola e voltar para a posição de equilíbrio.

Estávamos diante de uma final de campeonato no Estádio Independência e alguns paradigmas prontos para serem quebrados. Por gratidão, durante tantas caminhadas dos últimos anos, o Atlético precisava levantar uma taça no novo Independência.

Após 152 jogos, 105 vitórias, 32 empates e apenas 15 derrotas, é assombroso o aproveitamento do GALO. São 76% de aproveitamento de pontos no estádio. São apenas 10% de derrotas e quase 70% de vitórias. Não bastasse tantos números positivos, a média de gols feitos é de 2,07 por partida (315 em 152 jogos) e os gols sofridos inferiores a um por jogo, mais precisamente 0,83 por partida(127 em 152).

Sendo assim, Roger, um treinador inteligente em ações e de poucas palavras desmedidas, colocou em prática os anseios da sabedoria popular ao escalar três volantes e fechar os espaços da "meiuca".

Segundo a Lei de Hooke, a força elástica de uma mola é proporcional ao seu deslocamento e multiplica-se à constante "K" peculiar a cada material. Como "mola" em adaptação, o inteligente, porém, questionado Roger não se colocou como vítima ou como teimoso "inflexível".

Anteriormente, o comandante da equipe, havia descartado a possibilidade de jogar com três volantes. Entretanto, a sabedoria popular, além das poesias de "cordel", fizeram do 4-1-4-1 uma mola "distendida", capaz de se transformar em um 4-3-2-1.

A medida foi no tamanho certo. Victor esbanjava concentração e desejo de vitória, o miolo de "zaga" teve a segurança de Léo Silva e a quase perfeição de Gabriel, que transpirava sangue. As laterais eram avenidas de criação, Fábio Santos na primeira dividida levantou o pé na cabeça do adversário e remeteu ao adversário a seguinte mensagem:

"Essa taça é nossa".

Dando uma passada pela lateral direita, senhores, o que o CEO Marcos Rocha executou foi digno do maior lateral brasileiro da atualidade. Chavões tornariam-se deselegantes por torná-lo igual aos demais. A excelência de Steve Jobs passou uma tarde naquele Independência vestida na camisa dois. Marcos Rocha CEO da Massa!

Voltando ao meio-campo, Roger não se permitiu à pirraça individual e escalou o tão sonhado cenário com três volantes. Rafael Carioca, muitas vezes criticado pela postura, e nunca por qualidade técnica esbanjou determinação e obstinação pelo sucesso. Adilson deu ao time o vigor necessário aos volantes e liberou o talento do multifuncional Elias. Avançados nas pontas estavam "O Grande Otero" e o mestre das Pedaladas. A engrenagem e a engenharia se completava através da luta de Fred no ataque.

Para desmistificar os números, o Atlético não teve maior posse de bola, mas teve o total controle das ações na partida. Robinho logo construiu a jogada com Fred e concluiu fazendo o POVO feliz pela primeira vez. O primeiro tempo terminou com total supremacia atleticana em jogadas objetivas. Números frios, como versículos soltos da Bíblia não remeteriam às melhores interpretações sobre o domínio do GALO.

O segundo tempo inicia e num leve descuido o adversário azul empata o jogo. Nesta hora, o enxadrista que além de praticar a Lei de Hooke, soube usar as peças do tabuleiro sacou em poucos minutos duas peças importantes para definir o campeonato:

Otero e Robinho saíram para Maicosuel e Cazares entrarem.

O objetivo ousado de vencer o jogo utilizando-se de jogadores diferenciados dá certo. Após uma primeira bela jogada na primeira bola recebida, que por pouco não entra, Cazares então recebe uma segunda bela jogada, desta feita do CEO Marcos Rocha e então arquiteta o fim do campeonato...

... Com um leve olhar para a esquerda, o "gringo" coloca a bola na direita em condições de "fuzilamento" para o multifuncional Elias fazer o segundo gol. Estava ali, naquele momento, definido o destino da quadragésima quarta conquista no terreiro mineiro, coroada com a ducentésima vitória atleticana sobre os azuis.

Mais que um título sobre o rival, muito além de confirmar um número expressivo de 200 vitórias ou 44 campeonatos no seu território, o Atlético provou através de pequenos gestos de união, lealdade, solidariedade e brio que esta sim é a Paixão do Povo. A união Clube e Torcida é indissolúvel.

No meio de tudo isso estava Roger, um técnico novo, inteligente e aberto ao novo. O comandante atleticano apresentou aos donos da pirraça, do ego e da vaidade o seguinte propósito:

Para o bem da coletividade o NÓS sempre virá antes do pequeno Eu!

Por fim, o Cruzeiro se tornou o maior perdedor do estádio Independência acumulando sua sexta derrota, retomando o posto de cliente fiel.

Parabéns aos amantes da Lei de Hooke! Parabéns Roger !

Distendam a mola também !