Um pouco mais sobre a Arena do Galo

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24/06/2017 - 15:17

Alguns novos pontos sobre a Arena do Galo

Um sonho parece ter se tornado real para o Atleticano. Muito tem se falado sobre a nova Arena do Galo. Se concretizado, o local seria no bairro Califórnia. Seria de fato a redenção do Galo ou teríamos pesadelos, como o que estamos acompanhando com as novas arenas construídas recentemente no Brasil?

Antes de mais nada, devemos lembrar que os diversos elefantes-branco que construíram Brasil afora e que se tornaram problemas gigantescos foram fruto de superfaturamento e olho grande de políticos aproveitadores, que viram ali grande chance de levar vantagem. Nosso compartivo deve ser baseado em Palmeiras, Grêmio, e até Internacional e Atlético-PR - que conseguiram desobstruir ligações governamentais e (re)fizeram seus estádios.

Exemplos

A Arena do Palmeiras pode ser o nosso norte. O Allianz Parque é a única arena brasileira com um acordo de naming rights consolidado. O valor de R$ 15 milhões anuais é significativo. O verdão paulista pode registrar receita um pouco superior com o Allianz Parque. Em 2015, obteve R$ 87,2 milhões em arrecadação com jogos em seu balanço. No caso do Grêmio, o acordo com a OAS vale por 20 anos, divide o lucro em 65% para o tricolor gaúcho e 35% para a empresa e cedeu o terreno do Estádio Olímpico para a empresa construir imóveis. Quadro não muito favorável.

É importante ressaltar que não vamos mexer com dinheiro público. Pela entrevista dada a rádio itatiaia, BMG,MRV e Multiplan e estão envolvidos diretamente no processo e serão parceiros econômicos neste empreendimento. O estádio têm estimativa de custo de 400 milhões e terá, possivelmente, cerca de 40 mil lugares.

No Independência, o Galo repassa 10% da receita líquida de bilheteria para a BWA, que divide 10% desse valor igualmente entre América-MG e o governo de MG, que bancou a última reforma. No acordo de dez anos de duração, o Atlético ainda tem direito a 45% do que a empresa fatura com a exploração de bares, restaurantes, acordos comerciais e etc e da receita que a empresa ganha com os jogos do Cruzeiro no Independência. No estádio, em negociação com a BWA, responsável pela administração do estádio, Alexandre Kalil conseguiu uma boa porcentagem das receitas comerciais.

Leia mais sobre a Arena aqui no C12

Utilidade

É preciso pensar em vida útil para a Arena do Galo. O clube faz em média 60 70 jogos no ano. Metade deles como mandante. Seria 35 jogos no ano, ou seja, em 365 dias no calendário. Não se pode pensar em somente 35 dias de atividade. O estádio palmeirense, que possui 130 camarotes vendidos, cerca de 80% do total, recebeu 82 eventos em 2015.

Criar um fundo para o estádio seria a solução? Em tese sim. Até pelas dívidas que comprometem o Galo. E, mesmo que seja dono do estádio, o clube não pode reter todas as contas para a construção do mesmo. É necessário que ele crie uma espécie de administradora da Arena. Mas pelo cenário brasileiro e o que o futebol apresentou em termos de arenas, o clube já deve estar de olhos bem abertos para não se comprometer com renda e patrimônio.

A Arena do Galo pode ser uma redenção. A contar pela empolgação da torcida, tudo leva a crer que os investidores podem acreditar em casa sempre lotada.

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