Verdadeira Pele – Junior Louzada

Por: Fael Lima
08/08/2012 - 23:39

O Junior visitou o Cam1sa Do2e, conferiu o Verdadeira Pele e citou no twitter que também colecionava camisas do Galão.

Resultado? Hoje é a coleção dele que estampa o Verdadeira Pele. Além de mostrar suas relíquias, ele fala sobre as marcas de material esportivo e camisas que chegaram a ser questionadas pela torcida.

Vamos aos Mantos!

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Sua coleção conta com quantas camisas?

Junior: Tenho umas 40 camisas do Galo.

Qual é o xodó na coleção?

Junior: Meu xodó é uma de 1996, com os títulos mineiros. A de 99 também, por ser a "primeira edição”. Lançaram depois com o escudo e o logo da Penalty mais centralizado.

Algumas camisas, como a do Danrlei, amarela e preta, não recebem a aprovação de toda a torcida quando chegam às lojas. Hoje, essa camisa é disputada por colecionadores. Acontece muito de uma camisa não ser aprovada pela torcida e depois ser disputada pelos Atleticanos?

Acho toda novidade bem-vinda. Os números mostram o sucesso de camisas como a verde-limão do Palmeiras ou da roxa do Corinthians. Os mais tradicionalistas não apoiam camisas diferentes do preto e do branco, mas gosto de dar uma quebrada de vez em quando. A partir de 2005, tivemos camisas com tons de dourado e prateado que foram bem legais, mas nada de impactante como essa do Danrlei, que foi ideia do próprio goleiro. Assim como fez o Taffarel em 1997 e 98. Estes casos diferem o colecionador dos demais torcedores. Quanto mais diferente a camisa for, mais indispensável se torna.

O que achou das camisas do centenário?

Junior: Acho as camisas desta coleção as mais bonitas do Galo. Aliás, foi a única coisa que salvou da "festa". Toda a linha é muito boa. Os detalhes com a história do clube, a etiqueta de cortiça, o símbolo antigo. Foi um marco nos uniformes comemorativos.

Você costuma comprar a camisa de acordo com o número de quem a veste?

Junior: Como moro fora de Minas Gerais, fica quase impossível escolher os números. A loja virtual não te dá esta opção, já que os números vêm sortidos. Esse ano comprei a 49, do Ronaldinho. Peça que todo atleticano deve ter. É um jogador histórico a atuar no Galo. Antigamente não tinha numeração fixa, e teve um caso interessante em que comprei uma camisa pela internet e veio com o número 8, que era do Danilinho. Gostei muito, pois era um dos melhores do time. Mas depois de alguns jogos, ele passou a usar a 7 e a 8 ficou com o Bilú.

Adidas, Dellerba, Penalty, Umbro, Diadora, Lotto e Topper. Qual o ponto positivo e negativo de cada uma?

Junior: Confesso que lembro pouco da Adidas, mas atualmente é o sonho de 70% dos atleticanos. É uma das maiores marcas de material esportivo do mundo, daria uma visibilidade maior ao Galo, mas particularmente não gosto das camisas listradas da Adidas. Acho que não ficaria bem com nosso manto principal.

A Dellerba ficou só um ano. Fez uma bela camisa, mantendo listras tradicionais, mas com a inovação dos escudos e marcas d´água. Fez um bom trabalho, mas o Galo é muita areia pro caminhãozinho dela.

A Penalty brincou um pouco com a camisa do Galo, fazendo camisas bem interessantes. A marca foi a "heresia" de colocar o escudo do Galo no meio da linda camisa de 1997. As asas do Galo de 99 e as listras diagonais de 2001 também ficaram legais. Só a de 98 fugiu um pouco, mas agradou os mais tradicionais torcedores.

Na sua primeira passagem, a Umbro pecou pela falta de ousadia. As camisas de 1994 e 95-96 são quase que idênticas, salvo a branca de 95 e a de 96, com os números dos títulos mineiros. Já na segunda passagem, de 2002 a 2005, gostei muito do material e das camisas pretas. A de 2005 é uma das minhas preferidas. As tradicionais de 2004 também são muito boas.

A Diadora começou com o "azar" de cair pra série B. Mas as camisas de 2005 eram lindas. A listrada, com listras fininhas ficou muito diferente. Além das camisas nada discretas do goleiro Danrlei. Nas demais coleções, nada de mais.

A Lotto é uma das minhas preferidas. O material não é bom, mas o design nas camisas compensa para nós, torcedores. Pra jogar não deve ser muito bom. Só pela linha Centenário já merece destaque, como disse antes. A listrada de 2009 também é muito boa. Inovação na gola, misturado com listras tradicionais. Vale lembrar a bela camisa de treino preta e laranja.

A Topper veio com a missão de substituir as belas camisas da Lotto, mas apesar de melhorar a cada ano, ainda não superou o design italiano. Vale lembrar que a tarefa ficou mais árdua com a entrada do "discreto" BMG A camisa rosa foi jogada de mestre. A camisa de treino mais vendida do mundo, mas as de jogo de 2010 tiveram erros grotescos, como a posição do escudo. A camisa listrada de 2011 ficou legal, com listras grossas e escondendo um pouco o BMG, assim como a de treino verde-limão. A coleção deste ano está com um material melhor e a camisa branca finalmente ganhou detalhes e ficou a melhor da linha 2012. A decepção ficou por conta da esperada camisa de treino.

Qual camisa você não tem, mas queria na sua coleção?

Junior: As mais antigas. Tenho réplicas da década de 80, mas sonho e ter uma original. Tive também uma do Taffarel de 1996, que perdi e me arrependo até hoje.

Uma das suas camisas está autografada. Você prefere uma camisa cm autógrafo na coleção ou sem?

Junior: Só autografo quando não uso mais a camisa, quando está desgastando. Tenho a de 2008, mas pedi pra autografarem sem nenhum critério. Acho legal você pegar uma camisa que tem história e pegar a assinatura de alguém que tenha a ver com ela. Por exemplo, quero ir no CT do Náutico e pegar o autógrafo do Alexandre Gallo na camisa de 99.

De 0 a 10, que nota merece a camisa de 1996, conhecida como lista telefônica?

Junior: Pra mim, merece 10! Um dos meus xodós. Não é uma camisa bonita, mas é rara. Causou polêmica na época e nem foi usada em jogo. Poucas pessoas compraram. A ideia de homenagear os títulos mineiros foi legal, mas mal executada. Mesmo assim já tive várias ofertas por ela.

Onde você encontra camisas que ainda não tem para comprar?

Junior: Tenho uma relação com diversos colecionadores ao redor do Brasil. Essa do Danrlei, por exemplo, comprei de um gremista de Porto Alegre que tinha a camisa pelo fato de ser fã do goleiro, mas aceitou negociá-la comigo. Internet é um paraíso para recuperar camisas da época das "vacas magras" da adolescência.

Quanto você paga em média?

Junior: Depende. Caso já tenha um exemplar daquele ano, não faço muita questão. Tem que ter um valor sentimental. Por camisas antigas, já paguem até R$200,00. Foi a preta de 2005. Tinha um valor sentimental, porque foi a primeira que comprei depois que mudei para Recife. Mas ela simplesmente desapareceu. Quando vi uma do mesmo modelo de um colecionador, de manga longa e número 2, não tive dúvidas e recuperei a camisa. Não exatamente a mesma, mas melhor.

Que dica você dá para alguém que queira começar uma coleção hoje?

Junior: Todos sabemos que as camisas estão cada vez mais caras. Se não tiver condições de comprar as atuais, recomendo que espere um pouco. As camisas baixam o valor no fim do ano. Comprei a de treino de 2011 por R$49.90, por exemplo. Outra dica, mostre que você coleciona. Parentes podem te presentear. Minha esposa, por exemplo, é intimada a me presentear nas datas especiais com camisas do Galo.