A Guerra Civil Atleticana – Vodka e Café com Broa
Por: Roberto Marques
15/05/2018 - 14:19
A Guerra Civil Atleticana – Vodka e Café com Broa
Em meio a uma semana embaraçosa o Atlético começa outra transformando furacões em brisas. Diante de um adversário badalado, o GALO soube transformar um ambiente hostil em plenitude tática ao mudar o formato de jogo com as entradas de Elias e Cazares, o último, principalmente.
Talvez com o resultado fantástico a diretoria e a torcida possam serenar suas atitudes intempestivas de responder perguntas de modo afoito e sem polimento adequado. Em alguns momentos da vida não cabem respostas, ironias e diálogos que nenhum pouco se parecem com um.
O Atlético construiu sua história baseado na humidade, no “jogar junto”, “no carro apertado que canta”, em contrariar prognósticos e por ter uma indissolúvel união entre time, direção e torcida. É sabido que cadeiras com três pés são mais estáveis que as feitas com quatro. Portanto, há momentos que é preciso gritar sozinho nas rodovias, lutar com moinhos de vento, xingar em pensamento, mas não responder.
O Brasil há quatro anos se dividiu em um saco de iguais que votam seus próprios salários, que se julgam, que se premiam, que mudam de partido e que se perdem em não ter ideologia e que citam democracias mas não ouvem ninguém. O povo se dividiu rezando para estar certo num lado A ou B a escolher, porém, não estamos num Vinil. Não tem lado no CD.
Pulverizaram a força popular e caminham agora por pulverizar em uma Guerra Civil uma divisão de ATLETICANOS. Permitam-me dizer-lhes: o Victor é canhoto e o Ronaldinho Gaúcho é destro. Portanto, o Atleticano é ambidestro! Quem acredita que se evolui categorizando o Atleticano em turmas, grupinhos rivais ou rótulos não entende como uma mãe ama filhos diferentes, que agem de formas distintas e que superam ou contrariam expectativas.
O Atlético não é uma ideologia do meu EU político. Quem SOU para blasfemar em seu nome?! Todas as vezes que se digita Clube Atlético Mineiro é preciso pedir uma intercessão divina para que guie os teclados riscando o “EU” e o transforme em NÓS. Mais que boas palavras, há que se pedir que os pães se multipliquem em boas-novas, que não sejam falsas notícias, que não sejam falsos atleticanos agressivos e que se infiltram no meio de uma massa sofrida. Vai aí meu # de NÃO PARA AS FAKE NEWS!
Caro Presidente, todos sabemos que é um homem de sucesso nos seus empreendimentos, sabemos também que é cercado de outros tão bem resolvidos como você. Porém, há um detalhe: ao acrescentar uma EMPRESA + PAIXÃO + AMOR - Isso chama Atlético. A paixão é visceral, louca, desenfreada, é gostosa, mas em momentos de contratempos pode matar. A Paixão é uma vodka que eu nunca bebi, mas sei dos efeitos por ter tido um pai e vários amigos a se transformar e por jogar na adversidade da bebida destilada muitas coisas e palavras para o ar.
Então, Sette Câmara tu me perguntará: e o AMOR? Pois é, o amor é um serenar da alma, é um colo de mãe no aperto, é quando ela te fala: “Filho vem cá, vou preparar um café com broa, você desabafa comigo e tudo certo dará". Talvez, “Presida” ela ainda te diga: sei que você está tentando ajustar as coisas mas há tempos de grandes shows, e há tempo de se guardar em construir composições, acontece até com Paul McCartney. Vem cá, sente-se à mesa, largue a VODKA da louca paixão, agora é hora de café com broa, trabalho e oração.
“Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio amanhã lhe tenho amor”
Então, não se preocupe em dar respostas de ataque à torcida, Presidente Sette Câmara. A torcida quer bater palmas para você, quer te amar e, certamente, fará isso com o seu sucesso. Mais importante que isso neste momento é jogar junto. É descer ao alcance do povo, estar próximo do rebanho. Ter convicções e se fazer entender depende de você. Amenize seu coração, tire as ambiguidades e não fuja, mas se preserve. Há tempo para gritar e há ciclos para que falem por nós.
Ter adversários e rivais faz parte do show, mas atleticanos em Guerra Civil é inadmissível. O silêncio em inúmeras ocasiões é um barulho ensurdecedor.
Eles baterão palmas sim, Presida
E que seja assim
Guerra Civil não faz bem
Nem pra você nem pra mim
O Galo tem uma tabela favorável, deixemos o Larghi trabalhar. Faça dos seus comandados os protagonistas. Se puder, arrume mais umas três peças que possa ajudá-lo nas reposições. Lembre-se que microfones não ganham taças, mas destroem raças. Já dizia meu pai herói: a língua mata!
Deixe a Vodka, tome um vinho, deixe que digam, que pensem e que falem. Se o INIMIGO for conhecido não haverá problema. Sente-se à mesa, o café está novinho e a broa tá na mão. O silêncio de hoje, se sábio, serão barulhos de comemoração!
Presida, café com broa, trabalho e oração. O INIMIGO É OUTRO! Vai com “jeitim” que a Massa te abraça. Se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão!
Galo, som, sol e sal é fundamental!