A realidade existe: o Brasileiro pede passagem

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18/07/2018 - 11:25

O calendário não permite nenhum prazo de luto para lamentarmos o fim da Copa do Mundo. Pouco mais de 24h depois, times brasileiros já estavam em campo e, hoje, três dias depois daquele evento maravilhoso (inclusive, volta!), já somos obrigados a voltarmos à realidade e encarar um novo campeonato, após uma parada obrigatória que foi maléfica em vários aspectos para o Galo.

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Com elenco mudado, Galo volta as atenções ao Campeonato Brasileiro / Foto: Bruno Cantini (CAM)

Além de ter conseguido manter um grande nível de atuações após a derrota contra o Vasco na primeira rodada, com uma constante crescente de resultados e desempenho, perdemos o nosso principal responsável por essa ascensão. Aliás, os principais. A discussão sobre a falta de poder na negociação que envolveu Róger Guedes é outra questão que deve ser discutida num texto próprio, mas já era um cenário conhecido por todos e que, a qualquer momento, poderia se desenhar. Entretanto, duas outras grandes baixas foram surpresas: Bremer, um dos zagueiros mais promissores da nossa base e que vinha se tornando uma espécie de homem de confiança da defesa, vendido ao Torino-ITA, e Gustavo Blanco, talvez a revelação do futebol brasileiro pela sua importância para o time e capacidade de comandar um modelo de jogo, lesionado até 2019. Duas ausências que serão sentidas, independente dos substitutos. No caso do Blanco, em tese, sentiremos mais, pois mais uma vez somos obrigados a esperar do Elias algo diferente do que ele (não) mostrou desde que chegou.

Apesar da interessante movimentação do Galo na janela de transferências, mais uma vez a busca por reforços esbarrou no principal erro de anos anteriores: o foco em apenas um setor. Foram interessantes contratações e apostas para o setor ofensivo, com jogadores que rejuvenescerão o elenco e têm boas perspectivas de venda futuramente. Mas a parte defensiva, que já carecia de peças, ficou ainda mais desmantelada com a saída de Bremer e as lesões de Blanco e Adilson (por menos tempo).

Para não ficar apenas no pessimismo, o ponto positivo da parada foi a efetivação de Thiago Larghi e o aperfeiçoamento do esquema de jogo durante quase três semanas de preparação. É sempre preciso destacar o cenário que Larghi encontrou o Galo em fevereiro e o que ele conseguiu extrair do elenco. Manutenção e prestígio justos, mas que vêm acompanhados de uma pressão ainda maior a partir de agora. De cara, dois jogos fora de casa com postulantes ao título. Hoje, contra o sistema de jogo mais eficaz e definido do Brasil, que já rendeu dois grandes títulos e jogadores potencializados, como Arthur (já vendido), Luan, Everton e Ramiro. Estes que serão as principais válvulas de escape do ataque gremista, especialmente o excelente Everton.

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Novas contratações precisam dar resposta rápida para o Galo continuar no topo / Foto: Bruno Cantini (CAM)

Mais uma vez, será preciso pedir paciência à torcida. Hoje serão três estreias: Juninho (já atuou como lateral, mas assume a posição de Bremer pela primeira vez), José Welison e Chará. O último, principalmente, exigirá um pouco mais de cautela. O cenário normal é que ele precise de um tempo maior de adaptação do que os outros, assim como a maioria dos estrangeiros que chegam em meio de temporada ao Brasil.

Após esse show de pessimismo, não vou terminar o texto com “o que vier hoje é lucro”. Mas qualquer ponto conquistado na Arena do Grêmio será para grande comemoração. De volta à realidade, vamos, Galo!