A caminhada semanal até Sete Lagoas não tem sido fácil para a torcida do Atlético. A distância, sol forte ou chuva intensa, os gastos com passagem e ingresso, o tempo de viagem e o cansaço ao chegar em casa após um dia inteiro dedicado ao Galo. Porém, os que passam por esses alvinegros nas estradas que ligam a Sete Lagoas, não conseguem enxergar dificuldade alguma no povo que fez da Arena do Jacaré, o quintal de casa.
São carros, vans, ônibus e motos transportando paixão, enquanto o hino ecoa pelo asfalto. Toda a ansiedade é canalizada em música, desde o hino até um coro que provoca os adversários que passam pelo caminho.
E o batuque continua na porta do estádio com buzinas, palmas e até a latinha com bebida serve como instrumento para a Massa musicalizar esse momento ao lado da bandeira que tanto amam.
Antes da bola rolar, os mascotinhos do Atlético entravam e saíam de uma bandeira no centro do gramado. Pensei em alertá-los do futuro que talvez eles encarem, com vitórias apertadas e dias difíceis, mas deixei que eles curtissem aquele momento que representava um batismo em águas alvinegras. Chegou a hora do jogo e a bagunça da criançada acabou em sorrisos, dos mais sinceros naquele estádio.
Erros seguidos, um time desafinado em campo e o gol do adversário faziam de tudo para estragar a orquestra. Alguns jogadores não acertavam o compasso e o carnaval da Massa estava cancelado até os 46 minutos do segundo tempo.
Quando digo que nossa festa é das mais lindas no planeta Terra, não estou exagerando, e a maior prova disso é que até os adversários se esforçam até os últimos segundos para fazer acontecer toda essa festa. Talvez por isso, o zagueiro tenha pensado: “Todo mundo está pulando e balançando nesse estádio, menos essa rede. Deixa eu resolver isso...” – E com um simples totozinho na bola deu início a um carnaval que não parou mais. Galo 2x1 aos 47 minutos infartantes do segundo tempo.
O jogo difícil, os erros e toda a preocupação ficaram no fundo das redes, apreciando o rebolado dos fios brancos, enquanto a Charanga do Galo tocava para os milhares de atleticanos que saíam num carnaval para todas as idades. Estavam todos prontos para uma segunda-feira de cinzas. Cinzas de um adversário que subestimou a camisa do Atlético e pagou o preço.
E essa Massa que faz tudo acabar em festa, em carnaval, em música, agora torce para que esses foliões acabem sambando no alto do pódio. Vamos pra cima deles GALO!
ABRAÇO NAÇÃO!
Fael Lima
Nota 10 para o Atlético - Ontem a entrada para a Arena do Jacaré estava organizada. O torcedor conseguiu entrar nos portões 1 e 2 com o mesmo ingresso. Dentro do estádio, banheiros químicos foram espalhados em diferentes locais e havia um estoque de água maior. Pra falar a verdade, até o picolé agora é mais gostoso (hahaha). Parabéns para todos que trabalharam para que o torcedor tivesse mais conforto!
