Além das montanhas

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30/12/2011 - 17:33

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Aproveitando as merecidas férias no fim do ano, cumpri a rota tradicional de dezembro e comecei a rodar por algumas cidades do interior. Com conhecidos ou estranhos, o assunto passa por chuvas, governo, estradas e... Galo!

Até mesmo os rivais preferem falar sobre o Atlético, e falam com mais euforia que os alvinegros. Eles sabem que montam o pior time da história e não é vantajoso falar sobre o que tende a dar errado. Já o atleticano está cabisbaixo, sem saber o que dizer e, infelizmente, sem esperança para o próximo ano. Nos últimos anos ele teve esperança como poucos, mas ano após ano viu tragédias acontecerem e a transição de 2011 para 2012 não traz nada de diferente em relação aos últimos anos.

Queria terminar o ano com um pensamento positivo por aqui, mas esse retrato de quem vive longe do Atlético é ainda pior em relação ao que vi na capital. Os atleticanos do interior vivem uma guerra diária, não só com o lado azul de Minas, mas com os que optaram em torcer para cariocas, paulistas, entre outros. Mesmo quando não são a maioria, os atleticanos do interior fazem mais barulho, sabem fazer uma carreata, uma festa, mas pararam de fazer tais planos.

galo x demo 004 300x221 - Além das montanhasDuas pessoas questionaram coisas que não consegui responder. Um jovem disse que o irmão recebeu visitas do mascote rival na escola por dois anos seguidos e que ficou difícil segurá-lo com todos os amiguinhos torcendo para o outro lado e com um incentivo anual.

Outro taxista citou sua mãe que passa dos 90 anos e nunca perdia um jogo do Atlético na tv. Não perdia até o dia 4 de dezembro. A senhora disse que não assiste mais e deixou uma pergunta – Se não mudou em décadas, porque mudaria em 2012?

Dois mil e doze precisa ser de alegrias de ponta a ponta, pois o atleticano nunca precisou tanto curar essas feridas. Ele não quer raça em 50% do tempo, ele não quer raça sem vitória, ele já não aguenta ver um time sem a tradição da camisa alvinegra.

E não dá para ser uma transformação lenta. Além de vitórias, títulos e jogadores respeitando a camisa, o atleticano do interior quer uma administração que se preocupe com o crescimento da nova geração. Eles são os soldados do futuro, que cantarão nas arquibancadas, os consumidores de produtos do clube, inclusive ingressos, já que nem todos permanecem por essas montanhas e migram para a capital.

A camisa atleticana quer voltar a ser prioridade no guarda-roupa e o atleticano quer voltar a pensar no Galo logo que acorda, mas esse respeito e confiança só podem ser fabricados pelo próprio Atlético.

O Atleticano do interior está longe, mas o CEP do seu coração ainda é a Cidade do Galo.

ABRAÇO NAÇÃO!

Fael Lima

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