Amado e odiado, Rafael Carioca encerra passagem pelo Galo

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25/08/2017 - 10:36

Vendido ao Tigres-MEX, Rafael Carioca deixou o Atlético após três anos. O volante, que chegou à BH em 2014, logo se tornou peça importante nos times que o alvinegro montou desde então. Com a saída de Carioca, o Galo perde aquele que era um dos esteios de seu meio-campo.

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Antes de rumar ao futebol mexicano, Carioca permaneceu por três anos em Belo Horizonte. (Foto: Bruno Cantini/Atlético)

Após alternar entre o banco e a titularidade em seus primeiros meses no Atlético, Rafael Carioca iniciou o ano de 2015 como um dos pilares da equipe de Levir Culpi. Vivendo grande fase, o volante atuou várias vezes como o único jogador à frente da zaga. No 4-1-4-1 usado por Levir em parte da temporada, Carioca teve os seus melhores momentos. Rápido e entrosado, aquele Atlético tinha no jogador revelado pelo Grêmio o seu iniciador de lances ofensivos.

Com Diego Aguirre e Marcelo Oliveira, treinadores da equipe em 2016, Rafael Carioca teve altos e baixos. Apesar de ter sido importante no time que chegou às quartas da Libertadores, ele perdeu espaço no onze inicial a partir do meio do ano. A preferência de Marcelo por volantes de marcação mais forte fez Carioca ser muitas vezes preterido em prol de Júnior Urso.

Neste ano, porém, ele retomou a sua posição de peça indiscutível nas equipes de Roger Machado e Rogério Micale. Roger tentou explorar ao máximo as potencialidades de Carioca, escalando-o como primeiro volante. Responsável pela saída de bola e por ditar o ritmo da equipe, o meio-campista era muito importante no modelo de jogo dos dois treinadores.

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Pelo Atlético, o meio-campista de 28 anos conquistou quatro títulos. (Foto: Bruno Cantini/Atlético)

Apesar de realizar um grande número de desarmes, Carioca acabou ganhando a pecha de ”preguiçoso”. Muito técnico e com excelente senso de colocação, o volante foi contestado por, supostamente, não dar carrinhos ou botes mais duros. Acostumados ao estilo dos “leões” Pierre e Leandro Donizete, boa parte dos torcedores não conseguiu assimilar o jogo de Carioca, que compensava a ausência de combate direto com um bom posicionamento.
Por ser o jogador mais recuado do meio-campo, o volante tinha a missão de iniciar as jogadas. Cadenciador, ele acabou sendo definido como alguém que só toca “para o lado e para trás”, crítica que se agravou ainda mais sob a batuta de Roger Machado. Adepto de uma filosofia baseada na posse de bola e em trocas rápidas de passe - o “jogo apoiado” - Roger tinha na figura de Carioca o seu “organizador”. Com a bola em seus pés, ele esperava a aparição de alguém para fazer o jogo fluir. Como os meias, atacantes e laterais muitas vezes acabavam se “escondendo”, a solução era optar por passes de menor risco.

O chute, o lançamento e a bola parada também foram outras qualidades que Carioca explorou ao longo de sua passagem pelo Atlético. Apesar de não arriscar tanto de fora da área, um gol do tipo salvou o Galo da eliminação na Libertadores de 2015. Contra o Colo-Colo, ainda na fase de grupos, o camisa 5 acertou um lindo chute que deu ao alvinegro a classificação para as oitavas de final. No ano seguinte, contra o Racing, uma falta lateral cobrada por ele deu origem ao gol marcado por Pratto, que levou o Galo às quartas da competição.

Negociado por cerca de 7 milhões de dólares, Rafael Carioca renderá ao Galo metade deste valor. Pelo Atlético, ele disputou 172 partidas, com 88 vitórias e 5 gols marcados. No elenco atual, apenas Gustavo Blanco têm características semelhantes às do agora jogador do Tigres.

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Números do volante Rafael Carioca com a camisa atleticana. (Arte: Gabriel Alves/Camisa Doze)

Clayton de volta

Em que pese a saída de Rafael Carioca, o Atlético acertou o retorno do atacante Clayton, que estava emprestado ao Corinthians. A solicitação aconteceu após pedido do técnico Rogério Micale, que sente a falta de um jogador de drible e velocidade.

A volta de Clayton dará ao elenco atleticano uma característica diferente: a “vitória pessoal”. Partindo da esquerda rumo à área, o atacante pode ser importante sobretudo por oferecer agilidade a um time tido como “estático” e previsível.