Análise tática: ainda em construção, Atlético apresenta dificuldades coletivas contra o Cruzeiro

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04/02/2017 - 18:24

Após a vitória sobre o América–TO na estreia do Mineiro, o Galo teve seu primeiro verdadeiro desafio na temporada 2017. Infelizmente o resultado no clássico não foi o que a Massa esperava. O técnico Roger iniciou a partida no sistema 4-2-3-1 tendo como surpresa a entrada de Maicosuel pelo lado esquerdo no lugar de Clayton.

Durante o jogo o time apresentou muita dificuldade para iniciar suas ações ofensivas partindo de seu campo defensivo. Mano Menezes adiantou a marcação de seu time compactando os setores, o que obrigou o time do Galo a buscar ligação direta, favorecendo assim a retomada da bola pelo time do Cruzeiro.

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Foto: Reprodução / Premiere

Na imagem acima vemos a dificuldade de Marcos Rocha em achar um companheiro em condições de receber a bola.

Enquanto o adversário buscava ocupar com inteligência os espaços do campo, o Galo tinha dificuldade na recomposição defensiva e na compactação dos setores. A distância entre os setores permitia a criação de linhas de passes fazendo assim que o Cruzeiro circulasse a bola com qualidade e criasse inúmeras chances de gol.

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A imagem seguinte mostra três jogadores do Cruzeiro flutuando entre as linhas de defesa e tendo totais condições de receberem a bola.

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No momento em que o time tinha a posse da bola, jogadores se aglomeram em apenas um corredor do campo facilitando dessa forma o trabalho defensivo do adversário. A falta de um jogador da equipe no corredor oposto não permite que o time gere espaço e assim tire a bola da pressão.

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Na imagem seguinte vemos dessa vez o venezuelano Otero deixando o lado direito para vir ao centro, ao lado dele está o volante Ralph, que ocupa o lugar de maneira correta criando linha passe.

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Otero erra ao não criar espaço para a circulação da bola. Embora Otero erre em seu posicionamento, graças a visão de jogo de Cazares (que fez uma boa partida) e a mobilidade de Clayton, o Galo conseguiu criar uma das poucas chances de gol.

Uma marca muito comum dos times de Roger Machado é a pressão ao portador da bola assim que o time a perde.

Na imagem seguinte vemos quatro jogadores fazendo a pressão sobre o volante cruzeirense Hudson, porém nenhum jogador do Galo realiza a contenção para diminuir o espaço do passe e forçar o erro do adversário.

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Uma outra característica dos times de Roger é a utilização do chamado passe apoiado. A triangulação dos jogadores pelos corredores permite uma troca rápida de passes e assim gerando uma superioridade numérica na zona onde a bola é trabalhada.

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Já no segundo tempo com o time correndo atrás do placar no início da fase ofensiva Ralph e Carioca recuam para criação de linhas de passe. Fábio Santos (que não aparece na imagem) e Marcos Rocha avançam de maneira aguda e dando amplitude para o espaço de jogo. Otero deixa o corredor lateral e puxa a marcação para o meio buscando uma superioride numérica.

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Embora o resultado do jogo não tenha sido o ideal, foi apenas o segundo jogo da temporada sob o comando de Roger Machado. O treinador trabalha com conceitos que não eram utilizado por seu antecessor, o que dificulta a execução dessas novas ideias pelos jogadores no campo de jogo. Ainda é muito cedo fazer uma avaliação aprofundada de seu trabalho, porém podemos perceber muitas coisas positivas. Não duvido que esse time chegará para Copa Libertadores na ponta dos cascos.

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A análise foi produzida por Henrique Vianna, pesquisador no Núcleo de Pesquisa e Estudos em Futebol na Universidade Federal de Viçosa e Treinador de futebol da Associação Acadêmica Atlética LUVE.