Análise tática: Os pontos fundamentais da derrota atleticana para o Inter

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08/08/2018 - 09:42

No segundo jogo consecutivo em uma segunda-feira, o Atlético reeditou os erros cometidos há uma semana e mais uma vez deixou escapar pontos em casa, perdendo para um Internacional eficiente. O De Olho No Galo (@OlhoNoGalo) produziu uma análise tática da partida para o Camisa Doze.

tatica inter - Análise tática: Os pontos fundamentais da derrota atleticana para o Inter

Diante do Inter, Galo errou em momentos cruciais e saiu derrotado / Foto: Bruno Cantini (CAM)

No Independência lotado, com 22.035 torcedores, Thiago Larghi sabia que a vitória era essencial. O técnico promoveu mudanças nas laterais da equipe com as entradas dos jovens Emerson e Carlos Gabriel em comparação com o último confronto, com o objetivo de aproveitar a característica ofensiva dos alas, contra um Internacional seguro e compacto.

O time atleticano iniciou a partida no habitual 4-1-4-1, que variava de acordo com as funções dos jogadores em campo, principalmente na subida de pressão do Elias, o sistema alternava na fase defensiva para um 4-4-2. O Galo buscou ter as rédeas do jogo desde o começo da partida. Com os laterais bem abertos, dando amplitude ao time, e com a aproximação dos jogadores de meio com os pontas, o time se associava bem.

No primeiro lance da partida, o Internacional subiu suas linhas para não deixar que acontecesse uma saída de bola sustentada confortável por parte do Atlético (veja no fim do texto a explicação do conceito de saída de bola sustentada). Mas, pela esquerda, Chará e Galdezani conseguiram tirar a bola da zona de pressão e atacar em campo aberto. Em uma das únicas vezes em que o Galo conseguiu entrar na área durante o primeiro tempo,  Galdezani errou na tomada de decisão e optou pelo chute que foi bloqueado, enquanto Ricardo Oliveira passava livre na diagonal as suas costas.

Na busca da pressão inicial, aos três minutos, uma nova chance foi criada. Luan desceu entre Leonardo Silva e Emerson para ajudar na saída, e após uma boa triangulação com Elias e Emerson, o último recebeu na linha de fundo e cruzou para Ricardo Oliveira finalizar para fora.

O Internacional, quando recuou as linhas de marcação após os minutos iniciais, conseguiu se fechar bem no póprio campo, mas não tinha uma transição ofensiva eficiente. A única finalização em todo primeiro tempo foi originada de uma boa jogada pelo lado direita da defesa atleticana, onde Patrick aplicou uma caneta em Emerson e Leonardo Silva saiu para cobertura, deixando William Pottker livre para finalizar para fora com perigo.

A outra boa chance atleticana no primeiro tempo foi criada após uma roubada de bola no campo ofensivo, consequência da pressão de Elias e Luan no lateral esquerdo Iago, que errou o passe quando fora pressionado e a bola sobrou para Elias, que passou para Ricardo Oliveira arrematar com perigo de fora da área.

Condições climáticas mudam o contexto do jogo na segunda etapa

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Galo criou poucas chances claras para furar o bloqueio colorado / Foto: Bruno Cantini (CAM)

Na volta do segundo tempo, veio o fator determinante para a partida: a forte chuva com granizo que caiu sobre Belo Horizonte. Após as duas paradas técnicas que impossibilitavam o andamento da partida, o gramado ficou irregular. Havia muitas poças pelo lado esquerdo do campo (sob a ótica atleticana), e foi literalmente por água abaixo a tentativa do time da casa de continuar com seu estilo, já que o jogo era outro.

No reinicio da partida, o time alvinegro tentou cruzar bolas na área do Internacional, mas a falta de pontaria e a ausência de jogadores para esse jogo resultou em muitos erros ofensivos. Ao longo do segundo tempo foram 29 cruzamentos, sendo 24 errados.

Chará foi o primeiro a arriscar um chute de fora da área aos 34 minutos do segundo tempo (cronômetro que não foi paralisado junto com a partida), dificultando para Marcelo Lomba, que espalmou.

Com a entrada de Rossi aos 39, deixando o time mais móvel no ataque, o colorado teve mais volume de jogo e criou boas chances pelas laterais do campo.

Mudanças fazem o Galo força e o controle da partida

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Mudanças de Larghi não deram certo / Foto: Bruno Cantini (CAM)

Thiago Larghi sacou Matheus Galdezani e Elias para as entradas de David Terans e Nathan, respectivamente. Com isso, o time perdeu força física no meio-campo, e com as condições do gramado naquela fase da partida, essa característica poderia ser mais importante que a qualidade técnica dos jogadores que entraram e não foram bem. Terans teve a primeira grande chance atleticana no segundo tempo, aos 49 minutos, após um contra-ataque rápido, que contou com um belo lançamento de Chará para Ricardo Oliveira, que deu assistência para o uruguaio finalizar muito perto do gol colorado.

Aos 56 minutos do segundo tempo, veio o golpe fatal. Após ser atendido no gramado pelos médicos e companheiros de equipe, Carlos Gabriel, Leonardo Silva e Maidana não estavam posicionados e não evitaram a cobrança rápida do Internacional e, mais uma vez, por uma desatenção defensiva, saiu o gol adversário.

Com o baque, fisicamente, o Galo teve sua melhor oportunidade na partida no último minuto. Após um passe de Chará e o vacilo defensivo de Rodrigo Dourado, Luan saiu cara a cara com o Lomba e finalizou na trave e enterrou as esperanças dos milhares de atleticanos presentes.

Vídeo análise - Atlético 0 x  1 Internacional

Na análise, o @OlhoNoGalo dissecou os principais momentos da partida contra o Inter, analisando o que deu certo e o que falhou na atuação atleticana.