Atleticano Nota 12 – O Bodão das bandeiras e das histórias

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18/05/2012 - 03:30

1 300x171 - Atleticano Nota 12 - O Bodão das bandeiras e das históriasAlguns Atleticanos ficam marcados na história do Clube, são reconhecidos por onde passam e as próximas gerações certamente repetirão seus nomes. No entanto, outros se despedem desse mundo como verdadeiras bibliotecas do Atlético, mas com poucas pessoas tendo acesso aos seus livros. Dedicaram suas vidas a essa camisa e contribuíram para a grandiosa história centenária, sem que seus nomes fossem eternizados em qualquer registro.

Atleticanos como o Bodão, uma figurinha carimbada nas arquibancadas, presente em todos os jogos do Atlético, desde a década de 60. Poucos sabiam seu nome, pois o apelido é que ficara marcado em tudo o que fazia. O Bodão criou o símbolo da torcida Dragões da FAO, a primeira Torcida Organizada do Atlético. Como um verdadeiro artista, ele também pintava o rosto de jogadores em bandeiras e estas só recebiam uma missão do Bodão – Deixar o estádio com um cenário digno de arrepiar cada Atleticano!

Mesmo doente, esse foi um Atleticano que nunca encontrou dificuldades para assistir ao Galo em campo; o momento em que via suas bandeiras tremulando nas arquibancadas. Quando sua saúde já estava muito abalada, o umbigo ficava para fora, como uma hérnia, precisando ser enfaixado para evitar qualquer infecção. Se outras pessoas ficariam tristes com a situação, tudo terminava em sorrisos se envolvia o Bodão, até porque foi pelo umbigo que ele foi resgatado em uma praia.

546219 3134942462744 2094134622 n 300x193 - Atleticano Nota 12 - O Bodão das bandeiras e das históriasO Atlético enfrentava o Botafogo no Rio de Janeiro e, como sempre, a mineirada chegou cedo para curtir a praia. Sempre presente nas brincadeiras, o Bodão foi escolhido entre a turma para ser enterrado na areia, ficando somente com a cabeça para fora. A turma curtiu o sol, mar e depois partiu para o Caio Martins para apoiar o Galão! Quando já estavam próximos ao estádio, lembraram-se do Bodão enterrado na areia e voltaram correndo para resgatá-lo. Como não lembravam onde ele estava, procuraram por um volume na areia, o volume do umbigo e... Pimba! Lá estava o Bodão com o rosto todo vermelho de sol. Tranquilo, mesmo perto do mar, com as ondas subindo no fim do dia.

Algum tempo depois, os amigos precisaram se despedir definitivamente do Bodão. Caminharam até o cemitério cantando o hino do Atlético, pois queriam aquele homem feliz até seus últimos momentos na Terra, e somente o que vinha do Galo o transformava no sorriso em pessoa. Ficavam as bandeiras, as histórias, os amigos e todo o apoio que ele deixou nas arquibancadas.

O caixão descia lentamente, diante de um silêncio que o Atleticano que estava ali odiaria, já que gostava mesmo é de farra com os amigos. Talvez por perceber isso, um bêbado, que até hoje ninguém sabe quem é, gritou em alto e bom som – “Eu, eu, eu... O Bodão faleceu!” – Arrancando gargalhadas de todos que estavam presentes. Ali sim, o mundo e a Massa se despediram do Bodão, um eterno Atleticano.

Imagens: Christiano Pacheco

Fael Lima

ABRAÇO NAÇÃO!

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526708 3134960903205 1540312132 32073273 741858621 n - Atleticano Nota 12 - O Bodão das bandeiras e das histórias

Bodão confessou aos amigos que a camisa durou somente duas "peladas" no fim de semana.