Atlético x São Paulo – Guerra Infinita

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05/05/2018 - 00:20

FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Atlético e Botafogo, Taça Brasil de 1967. Os jogadores do Galo já haviam combinado de comemorar quando a moedinha do cara ou coroa fosse para o ar. Levamos na mão grande.

Ali começava uma maldição tenebrosa nesse jogo. Pagamos todos os pecados possíveis contra o Botafogo desde então. E não venha me falar de 1971. O jogo mais importante para a taça foi contra o São Paulo, no Mineirão. 1967 foi um spoiler de que a nossa guerra seria do outro lado, o lado certo, contra as injustiças. De mãos limpas.

Anos depois, em 1977, o São Paulo foi beneficiado pelo mundo obscuro do futebol, um local digno de dar medo a Thanos. Na verdade, o encontro entre Galo e São Paulo foi em março de 1978, mas válido pelo Brasileiro de 1977. Confuso? Pois é. E ainda tem mais. Alguém usou a joia do tempo e tirou o Reinaldo do duelo, em 1978, por uma expulsão no início do campeonato, em 1977.

O universo Marvado não para por aí. Arnaldo Cezar Coelho estava longe de ser o Visão no jogo da taça. Wright e Aragão tiveram que se esforçar muito para que os erros de Arnaldo fossem esquecidos com o tempo. A crueldade de Neca e Chicão deixaram Ângelo com a perna quebrada no chão. Um quebrou, o outro pisou e nada aconteceu. Foi na mão grande. A grande mídia até tentou usar a joia vermelha e distorcer a realidade, mas a gente nunca esqueceu.

Ahhh, tricolor. O tempo passou e eu sofri calado.

Que ironia! Foram quase quarenta anos no deserto. Até que alguém se cansou daquele deserto e pediu um gole de água. R49, ou R10 na atualização de 2013, era o nome dele. Parece até uma daquelas siglas dos robôs do Homem de Ferro.

Pude testemunhar as batalhas daquele ano. Em uma delas, um grito de liberdade, como se ressuscitasse ali todos os que nos deixaram antes da vingança. AQUI É GALO! AQUI É GALO!

Ainda viria mais um. Daquele que não tinha superpoderes, mas carregava uma metralhadora mortal. Tá, tá tá, tá, tá...

Os anos de deserto haviam ficado para trás. Valeu a pena ter carregado a fé de Jó. Jô selou a vitória. Não precisamos de uma mãozinha externa, nem de uma manopla do infinito. Em um estalar de dedos, foi selada a vingança.

Daquelas histórias dignas das grandes telas. O dia em que mostramos como é prazeroso estar do lado certo, o dia que em fomos fortes e VINGADORES.