Boleiro do Galo #01 | Renaldo, o baiano que veio do Paraná!
Por: Camisa Doze
15/06/2020 - 18:20
Com 183 jogos disputados pelo Atlético, o ex-jogador conquistou a artilharia no Campeonato Mineiro de 1995 e do Brasileirão de 1996.
O Camisa Doze estreia mais um quadro em nosso blog, o Boleiro do Galo, no qual entrevistaremos craques que fizeram história com o manto alvinegro. O escolhido para dar o pontapé inicial na resenha alvinegra é ele, Renaldo Lopes da Cruz, mais conhecido como Renaldo, ou para os ouvintes de Willy Fritz Gonzer: "O baiano que veio do Paraná!"
Como foi o início de sua carreira no Atlético?
No começo foi um pouco difícil para adaptar, para me acertar dentro de campo, até conseguir recuperar minha confiança, e foi através do técnico Levir Culpi que eu dei a volta por cima.
Em 1995, além de ser Campeão Mineiro pelo Atlético, você foi o artilheiro da competição com 13 gols! Qual era o segredo daquele time?
Em 95 fomos campeões né? O segredo daquele time, é que era uma equipe muito unida. Apesar de alguns problemas extracampo, tínhamos bons jogadores, o ataque funcionava (Eu e o Euller), e o nosso treinador (Levir Culpi), ajudava muito também.
Era um time que jogava com garra, com vontade, com disposição. Se faltasse qualidade técnica, a gente se superava na união, na vontade. Era um time que jogava com a torcida, e a torcida do Galo foi muito importante na conquista, pois nos momentos difíceis ela não deixou de apoiar a equipe, e toda essa energia positiva contribuiu para que conquistássemos o campeonato estadual daquele ano.
Em 1996, você foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 16 gols marcados pelo Atlético! Qual é a melhor lembrança que você tem daquele ano?
96 foi o meu ano né? Foi o ano que eu tive muitas vitórias, foi o ano de muitas concretizações em minha carreira vestindo a camisa do Atlético. Em 96 eu cheguei na Seleção Brasileira, fui negociado para o futebol europeu, fui o artilheiro do Campeonato Brasileiro, e fiquei muito feliz por isso tudo.
Só não deu para conquistar o campeonato nacional né? Paramos nas semifinais, contra a Portuguesa-SP, mas foi um ano de muitas realizações com a camisa do Galo. Os momentos mais lindos que tenho guardado, é de quando eu entrava no Mineirão e olhava a arquibancada, a torcida do Galo lotava todos os jogos, poxa, me sentia “em casa”. Ficava muito feliz com o apoio da torcida do Atlético. A maior satisfação que eu tenho até hoje, é esse carinho que a Massa do Galo tem por mim.
A sua ascensão no Atlético lhe rendeu uma convocação para a Seleção Brasileira em 1996! Qual foi a sua reação ao receber o convite para defender as cores da “Amarelinha”?
Naquela época, era muito difícil de um jogador fora do eixo (Rio-SP) ser convocado para a Seleção Brasileira. Quando eu fui convocado, nem acreditei. Lembro que estava dirigindo e o pessoal falou “pô Renaldo, você foi convocado”, enquanto eu não liguei para os responsáveis do Atlético para confirmar se era verdade, eu não acreditava; só após a confirmação do Clube que a minha ficha caiu.
"O Brasil tinha muitos centroavantes de qualidade, e foi uma sensação muito louca, foi uma coisa inacreditável. Eu fiquei assustado, sem acreditar, então jogar pela Seleção foi uma experiência muito bacana, além de entrar para o seleto grupo de jogadores do Atlético que foram convocados pela Seleção Nacional."
Em suas duas passagens pelo atlético entre os anos de 1993 e 1996, e posteriormente no ano de 2002, você fez o total de 183 jogos honrando o manto alvinegro. Qual foi o jogo que mais te marcou?
Eu fiz muitos jogos pelo Atlético, mas o mais marcante pra mim foi o da final do Campeonato Mineiro de 95 contra o Cruzeiro. Eu fiz dois gols, fui o artilheiro da competição e quebrei o jejum de títulos, já que o anterior teria sido conquistado em 91.
Esse jogo foi inesquecível principalmente por ter sido contra as “marias” né? Eu me consagrei sendo o carrasco do Cruzeiro. Isso para mim foi espetacular pois eu adoro fazer gol no Cruzeiro, e esses dois gols vieram para confirmar minha sina de fazer gol no rival.
Com 5 anos de história como jogador do Atlético, com certeza você deve ter levado grandes companheiros de trabalho para o seu vínculo de amizade. Quais são seus grandes amigos do Galo?
Eu fiz muitas amizades, mas amigos de verdade fiz poucos no futebol. Amigos de verdade são: Éder Aleixo, Paulo Roberto Prestes, Paulo Roberto Costa e Taffarel. Tenho muitas amizades, Graças a Deus, mas esses quatro são os que eu mais tenho afinidade.
O que é o Atlético para o Renaldo?
O Atlético pra mim hoje é o meu time do coração. Como jogador, só tenho o que agradecer ao clube. Todas as coisas positivas da minha carreira foram através do Atlético. É a torcida que eu amo, é a torcida que eu apoio sempre, e o carinho que tenho pela Massa do Galo é muito grande. O carinho que o torcedor tem comigo é um dos maiores presentes que eu poderia ter conquistado ao longo de toda minha carreira. O Atlético faz parte da minha vida, faz parte da minha história.
Para finalizar, Renaldo complementou:
“AQUI É GALO, PORR#!!!!”
Obs:
Respeitando o isolamento social devido à pandemia do (Covid-19), a entrevista foi feita remotamente, sem riscos para ambos os envolvidos.
Confira os gols de Renaldo na final do Campeonato Mineiro de 1995: