Boleiro do Galo #03 | Rosinei, o camisa 18 da Libertadores!
Por: Camisa Doze
24/06/2020 - 11:23
“Se não é sofrido, não é Galo!”, frase que nunca fez tanto sentido para Rosinei, como na conquista da Libertadores pelo Atlético. Na campanha, o atleta viveu um momento “sofrido”, mas mostrou que “é Galo” justamente na final da competição!
Rosinei Adolfo (37), ou simplesmente Rosinei. O ex-jogador do Atlético foi um dos campeões da conquista continental de 2013. Competição no qual ele tem muita história para contar. No segundo jogo das oitavas de final da Copa Libertadores, no Horto, o atleta alvinegro se envolveu em uma confusão com Carleto, jogador do São Paulo e foi suspenso por 4 jogos pela Conmebol. Dessa forma, Rosinei ficou fora dos jogos das quartas e das semifinais, contra Tijuana e Newell’s Old Boys, respectivamente.
Como um bom atleticano, o jogador não desistiu e deu a volta por cima justamente na finalíssima, contra o Olimpia. Rosinei foi o autor do cruzamento para Jô, que estufou as redes paraguaias no Gigante da Pampulha. O final vocês já sabem... Galo Campeão da Copa Libertadores de 2013!
Conversamos com ele e batemos um papo sobre o alvinegro, Alexandre Kalil, Cuca, Ronaldinho, Libertadores, Mundial...
Em 2013, você foi Campeão Mineiro pelo Atlético, na final contra o Cruzeiro! O que falar daquele título?
Foi bastante importante pra gente, né. Para o elenco que, na verdade, estava sendo montado, pois em 2012 o Galo já tinha feito uma campanha bem linda no Campeonato Brasileiro e por pouco não conquistou o título, então isso foi bastante importante e motivador para o torcedor. Você começar o ano sendo campeão estadual foi bastante produtivo e importante para o clube.
Ao longo de sua carreira no Atlético, você fez quatro gols com a camisa alvinegra. Qual foi o mais especial?
Os gols foram importantes para mim, mas eu vejo que naquela ocasião, para o clube, o gol contra o Villa Nova foi muito mais expressivo, porque a gente teria o empate como vantagem indo para semifinal. Fomos para final e garantimos o título naquela ocasião do Campeonato Mineiro.
Curiosidade:
No dia 21 de abril de 2013, Rosinei fez o gol da vitória do Atlético contra o Villa Nova, pela 11ª rodada do Campeonato Mineiro daquele ano. O Galo venceu a equipe de Nova Lima por 2 a 1. O gol do Rosinei foi marcado aos 36min do 2°T. Naquela temporada, o Atlético enfrentou o Cruzeiro na final e garantiu o seu 42º título estadual. Atualmente, o Galo é maior campeão Mineiro, com 44 taças estaduais conquistadas.
Na primeira partida da final da Libertadores, você fez a falta que originou o segundo gol do Olimpia. O jogo terminou 2 a 0, e o Galo precisava fazer o impossível no segundo jogo da finalíssima, no Mineirão. Você perdeu as esperanças ali?
Foi bastante preocupante! Você entrar em uma partida da final, um jogo bem quente, e bem disputado... até você entrar e se aquecer no decorrer da partida é bem difícil. Você precisar entrar no ritmo dos atletas que já estão ali atuando os 45... 50 minutos de jogo. Quando eu fiz a falta, não esperava e nem imagina que o cara conseguiria meter a bola lá onde ele colocou, né. Mas isso não me fez ficar sem esperanças, pois acreditava demais em nosso elenco, o nosso grupo estava bem focado nessa conquista. Então, por mais que a gente tenha tido um resultado negativo fora de casa, nós sabíamos que no Mineirão poderíamos reverter qualquer situação.
No jogo de volta, em Belo Horizonte, coube a você fazer o cruzamento para Jô, que abriu o placar no início do segundo tempo: Galo 1 x 0 Olímpia. Qual foi a sua reação no momento?
Naquele jogo nós estávamos bem tranquilos. Quando saímos para o intervalo, o Cuca me chamou e disse que eu iria entrar. Já estava bem confiante e ciente de tudo que iria fazer. Tudo que ele me passou naquela ocasião e os atletas também conversando na volta do intervalo do jogo, conseguimos executar. Já tínhamos combinado no vestiário e reforçamos a ideia no corredor de volta para o campo: “vamos jogar pelos lados, vamos fazer jogadas pelos lados e fazer o cruzamento pra área para o Jô”, e quando aconteceu isso, eu fiz o cruzamento e o cara do Olimpia falhou e o Jô fez o gol. Eu fiquei feliz e muito mais motivado e sempre acreditando que iriamos conquistar aquele título.
Como foi jogar ao lado de Ronaldinho Gaúcho?
Bom... jogar ao lado do Ronaldo é ter uma facilidade dentro de campo. Isso facilita muito a vida de qualquer atleta, você jogar ao lado de um ídolo, de um jogador que foi o melhor do mundo em duas oportunidades e, eu acredito que, só não foi mais porque ele mesmo não quis, é gratificante demais. Eu tive esse privilégio e sou muito feliz por isso. Como te falei, é fácil jogar ao lado de um jogador com a qualidade que tem o Ronaldinho Gaúcho.
Defina Alexandre Kalil:
Ele é a cara do Atlético! O presidente que talvez seja muito difícil o Atlético ter outro igual. Um cara que batia no peito e assumia o que tinha que assumir e falava para os jogadores o que deveria falar. Mostrava para nós o que ele queria que a gente fizesse. Eu acho difícil ter uma pessoa com o gabarito do Kalil hoje no meio do futebol. Um presidente que, não só no momento de cobrar ele cobrava, mas cumpria o que combinava com os atletas. Então, hoje, está cada vez mais difícil achar pessoas assim no futebol, isso é a cara do Kalil, e o Kalil é a cara do Atlético Mineiro. Não foi à toa que o título de maior expressão do Galo, foi ele quem conquistou como presidente no clube, então é isso... Kalil é a cara do Atlético!
O que faltou no Mundial de 2013?
Eu acredito que no Mundial o que faltou para gente talvez seja sorte mesmo, né. O tempo que nós ficamos lá, acredito que atrapalhou muito. Nós ficamos muito tempo dentro de um hotel fechado e sem mais nada para fazer. Foi uma lástima para gente não ter conquistado esse título, o mundial seria algo espetacular para todos os atletas, para torcida atleticana, para o clube... eu acho que faltou um pouco de sorte para gente naquela ocasião.
Cuca era um bom líder?
Bom, o Cuca é um bom treinador. Ele teve um grupo qualificado, que facilitou bastante o seu trabalho. Eu acho que, logico, o treinador faz bastante a diferença quando ele sabe mexer no time, mas eu acredito muito mais que, um elenco de qualidade e com jogadores de alto nível, como ele tinha na mão, ajuda bastante. Ele como líder é um bom líder, e não foi à toa que conquistou um título de tamanha expressão com o clube. Tudo que ele fez, os títulos que ele conquistou no Galo, foram méritos do trabalho dele e eu o vejo como um bom líder. Um bom treinador que sabe fazer as mexidas que precisam ser feitas no decorrer das partidas.
Gostaria de deixar um recado para os torcedores do Atlético?
Uma mensagem que eu queria deixar para torcida atleticana é gratidão. Obrigado pelo tempo que eu estive no clube e pelo carinho de todos os torcedores quando eu cheguei. Que o Atlético possa seguir conquistando coisas grandes, pois merece muito, pelo clube que é, pela estrutura que tem e pela grandeza da sua torcida, então um grande abraço a todos, muito obrigado e até breve!
Assim encerramos a nossa conversa com Rosinei, um dos LIBERTADORES da nossa tão sonhada conquista alvinegra de 2013. Um abraço e até o próximo #BoleiroDoGalo!
Confira o resumo da carreira de Rosinei pelo Atlético:
No dia 19 de dezembro de 2012, Rosinei foi confirmado como reforço do Atlético, na gestão de Alexandre Kalil e Eduardo Maluf. A sua estreia pelo Galo, veio a acontecer no ano seguinte, no dia 6 de fevereiro de 2013, com direito a gol da vitória alvinegra naquela oportunidade: Galo 2 x 1 Tombense.
Pelo Atlético, foram 45 jogos disputados, sendo 25 vitórias, 11 empates e 9 derrotas. Tratando-se de bola na rede, o meia fez 4 gols pelo Galo. Títulos? Foram dois: Campeão Mineiro e da Copa Libertadores, ambos em 2013.
Sua despedida, no 22 de maio de 2014, foi marcada com outra vitória do Galo: Atlético 3 x 2 Vitória-BA. Jogo válido pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2014.
Reveja o cruzamento de Rosinei na final da Libertadores de 2013: