Diário do Torcedor – O Galo das viradas

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21/08/2012 - 23:57

Colunistas Lucas Alves - Diário do Torcedor - O Galo das viradas

Nesse ano de 2012, o Galo tem mostrado a seus torcedores o porquê de ser chamado de “vingador”. Em alguns jogos nessa temporada, começamos perdendo e fomos buscar a vitória, realçando a alcunha de “Galo forte e vingador”. Jogos como contra o Figueirense (4 a 3), Sport (4 a 1) e Botafogo (3 a 2) mostram que o apelido cabe muito bem.

Não é de hoje que o Galo é conhecido por ser um time que não desiste, e que sempre pune quem tenta maltratá-lo. Em 1931, a decisão do Campeonato Mineiro aconteceu no dia 27 de setembro e foi disputada no Estádio Castor Cifuentes, em Nova Lima. Cerca de 3 mil pessoas estavam presentes, com maioria de torcedores do time vermelho.

Esse campeonato era decidido após um ano (único até hoje) em que o Atlético não disputou o Mineiro, devido à Revolução de 1930, por conta de vários de seus jogadores estarem envolvidos.

1931 também não estava indo nada bem para o Galo. O presidente Leandro Castilho, que inaugurou a instalação de iluminação artificial no Estádio Antônio Carlos, morreu de infarto, aos 43 anos. Castilho foi um dos grandes presidentes da história do Galo, tendo levado o time pela primeira vez aos holofotes internacionais, ao ter o então presidente da FIFA, Jules Rimet em terrenos Atleticanos. Numa partida contra o Fluminense-RJ, o presidente da entidade máxima do futebol assistiu a seu primeiro jogo à noite.

Voltando à final do Campeonato Mineiro, devo dizer que foi um dos piores primeiros-tempos da história do Galo. A primeira parte terminou com o placar de 3 a 0 a favor do Villa Nova, e na saída dos jogadores rumo ao vestiário, a torcida de Nova Lima hostilizava os jogadores Atleticanos, principalmente o craque Mário de Castro. No intervalo, dizem, que Mário de Castro “limpou o estômago” e voltou enfurecido por conta das provocações que vinham da torcida do Villa.

Os jogadores Atleticanos viram que Mário de Castro estava enfurecido e passaram a jogar em cima do atacante. Essa era a receita para as vitórias. Ao fim do jogo, Galo 4 a 3. Incrivelmente, todos os quatro gols do Atlético foram marcados por Mário de Castro, que garantiu o título do Campeonato Mineiro de 1931 para o clube de Lourdes.

Logo após o apito final, o clima esquentou no Castor Cifuentes. Os torcedores do Villa Nova, enfurecidos, invadiram o gramado armados de pedras e pedaços de pau. A delegação do Galo teve que fugir correndo de Nova Lima com a torcida adversária indo atrás. Um torcedor mais exaltado efetuou disparos de arma de fogo, atingindo um torcedor, que veio a falecer.

Dizem que o ocorrido em Nova Lima foi o motivo pelo qual Mário de Castro encerrou sua carreira. O artilheiro decidiu por pendurar as chuteiras e se dedicar integralmente à medicina. A magia e o terror que o Trio Maldito espalhava haviam acabado. O grande nome da história Atleticana até então pendurou mesmo as chuteiras, apenas cumprindo tabela contra o palestra Itália, onde marcou o gol da vitória. Depois, voltou apenas para um amistoso em 1941, onde também marcou, num jogo contra o Madureira, do Rio de Janeiro.

Esse foi o fim de uma história fantástica do Clube Atlético Mineiro. Um título que selou com chave de ouro a brilhante e espetacular carreira de Mário de Castro, reforçando que ali estava realmente um Galo Forte e Vingador.

Lucas Alves

@lucasalves32

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