A culpa é do L a mais

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31/05/2018 - 11:00

“Lembre-se sempre: ninguém perdoa quem comete erros de português”. O conselho de mamãe parecia mais um alerta para que a escrita fosse impecável, mas a verdade é que era um aviso. O mundo não perdoa os erros de grafia, principalmente quando esses erros estão em locais tão importantes. No Galo não é diferente: a culpa é do L a mais. 

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Foto: Bruno Cantini (Atlético)

Logicamente, você deve estar se perguntando: “como assim a culpa é de uma letra?”. Ora, veja você! Quem mais faria uma barca de jogadores no início do ano nos quais apenas dois são titulares, adotando um discurso de contenção de gastos? Quem mais insistiria em manter o treinador como interino, não o dando confiança? Quem mais venderia já as poucas peças que temos? Tinha que ser um Galo falsificado, com uma letra L extra que já nos avisa apenas na nomenclatura. 

Lá no fim do ano passado, já tínhamos a confirmação da vinda do Gallo maldito, que trazia de brinde Arouca e depois Samuel Xavier. O mesmo Gallo confirmava a manutenção de Oswaldo, com a convicção de que o trabalho do técnico era muito bom. A certeza durou pouco e, em pouco menos de dois meses, a convicção virou incerteza, passando pela etapa de expulsar um jornalista e voltar com ele logo depois. 

Logo, por consequência, o auxiliar assumiu, e lá estava o Gallo maldito dizendo que ele era interino, mesmo transformando limões em uma caipirinha das boas. O interino foi ficando, ficando e ficando. Faltava açúcar e gelo, mas como o Gallo só gosta de uísque, não se importava. Mesmo que já tivesse amargo de novo, faltando novos ingredientes, a prepotência que o L a mais gerava criava uma sensação de que o melhor trabalho do mundo estava sendo executado.  

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Foto: Bruno Cantini (Atlético)

Largamos por um momento as cornetas, quando a liderança sorria para o Galo (dessa vez, com um L só), mas a realidade não perdoa e os avisos de mamãe também não: “ninguém perdoa quem comete erros”. A montagem do elenco beira o ridículo e a falta de convicção em um trabalho ajuda a entornar o caldo. Não adianta cobrar de Larghi uma evolução quando, ao olhar para o banco, as opções são garotos inexperientes e refugos que vieram a preço de banana. Adianta menos ainda assistir a tudo passivamente e pedir paciência à torcida, que deseja mais do que um discurso eleitoreiro. 

Lacre todas suas desculpas, seus argumentos de elenco barato e os pedidos de paciência. 2018 não pode ser um ano de laboratório e o cargo mais vital não pode ser preenchido por alguém que erra tanto - e admite tão pouco. Mamãe já avisou: ninguém perdoa erros de português. Um Galo falsificado então... nem com um, dois ou três L a mais.