Galo atento, forte e, mais do que nunca, vingador
Por: Camisa Doze
27/11/2020 - 00:47
Atual disputa do Campeonato Brasileiro tem semelhanças com edições em que o título passou perto. Triunfo alvinegro desbancaria os mesmos rivais e polêmicas das décadas de 1970 e 1980
Um possível e sonhado título do Atlético neste Brasileirão pode fazer jus, novamente e literalmente, à alcunha de VINGADOR, talvez uma das mais originais e românticas do nosso futebol. “Glorioso” tem vários, “do Povo”, e com muitas aspas, todos são. “Maior naquilo que bem entender”. Mas VINGADOR é o Galo! Não seria novidade, se lembrarmos daquela que na minha opinião é a conquista mais importante da história do Atlético, a Copa do Brasil de 2014. Um a um, na ordem do ódio, cada rival caiu cruelmente, e no mínimo umas quatro "justiças" foram feitas.
Desta vez seriam outras. No que se desenha atualmente, um título de Campeão de Brasileiro seria, pro Atlético, um acerto de contas com o próprio Campeonato Brasileiro, tão injusto com a torcida alvinegra no decorrer das décadas. Foi também com outras torcidas em diversas oportunidades, é verdade. Mas com a Massa, sempre tão descarado e impiedoso. Várias vezes. E aqui não se trata apenas de armações e arbitragem. Parece mesmo uma praga. Ou um povo inteiro vivendo 50 anos num deserto.
Entretanto os ingredientes que dariam o caráter vingativo ao sonhado (e ainda distante) título vão além destes, e é bom o Galo estar atento e forte. Dois dos maiores vencedores deste torneio, Flamengo e São Paulo são, hoje, os clubes que brigam na mesma frente que a equipe de Jorge Sampaoli, então líder. Considerando as posturas e os cenários dos 20 clubes que disputam o campeonato, não parece que haverá outros postulantes mais concretos. E já basta de pedras no nosso sapato, pois foram justamente em disputas históricas contra rubro-negros e tricolores que o Atlético se viu diante de seus maiores traumas, nos anos 70 e 80. Neles, moram as coincidências que dariam ainda mais peso à nossa redenção.
Sobre os cariocas, não é necessário render muito pois as lambanças históricas são sempre mais lembradas. E passou. Posteriormente, o Atlético mostrou como genuinamente se conquista a América e, até este início de returno, está longe de haver qualquer indício de conspiração contra o representante de Minas Gerais.
Por este rival se tratar, assim como em 1980, da equipe considerada a mais qualificada do país, dá pra apontar que uma parte do trabalho já foi feita e se orgulhar disso. Pois como bem lembrado, profetizado e APOSTADO por mim em um tweet no dia 12 de outubro (que inclusive me rendeu um badalado block), “levaram coco na ida e vão tomar de muito da volta”. Dito, feito e, em caso de um esperado bicampeonato do Flamengo, marcado: o Galo, FORTE, não abaixa a crista pra urubu nenhum!
Vale ficar ATENTO, porém, quanto ao São Paulo. As lambanças contemporâneas da arbitragem e da CBF dão munição para que seus dirigentes percam o bom senso e reclamem até mesmo quando uma decisão é acertada, ainda que de forma extremamente desajeitada e amadora. Nessas, pedido de anulamento vira carta na manga jurídica, remarcações de jogos atrasados ficam sem o menor critério, e os pesos e medidas começam a se apresentar de formas cada vez mais diversas.
Não duvidemos. Foi exatamente numa dessas que o invicto time do Atlético de 1977 ficou sem o seu maior craque e então jogador mais decisivo do país, Reinaldo, nas últimas partidas do Campeonato Brasileiro – incluindo a final contra o Tricolor Paulista –, em trâmites, no mínimo, questionáveis. Daquele torneio, que também começou em um ano e terminou no outro, carregamos ainda o trauma da vez em que os Deuses do Futebol definitivamente fecharam os olhos pra Massa. Mas, agora, ela pegou gosto por ACREDITAR.