Galo irregular e assustado
Por: Guilherme Peixoto
14/07/2017 - 16:41
Na última quarta-feira, o atleticano que foi ao Independência presenciou uma história que tem se repetido algumas vezes ao longo deste Campeonato Brasileiro: derrota em casa com requintes de crueldade. Contra o Santos, o Galo tentou incansavelmente, mas pecou nas finalizações e acabou castigado no fim, em gol de falta marcado por Daniel Guedes.
Após o amargo empate contra o Botafogo, o Atlético entrou em campo em busca da terceira vitória seguida em casa, o que certamente traria confiança ao time. A tônica do começo do jogo foi a mesma de sempre: com bastante intensidade, os comandados de Roger Machado se estabeleceram no campo do Santos, criando boas oportunidades.
Pela esquerda, Fábio Santos e Marlone tramavam bons lances, algo que cresceu ainda mais quando Cazares passou a cair por aquele setor, criando superioridade numérica. Com associações e trocas rápidas de bola, o trio construiu lances desperdiçados por Elias e Yago, além do pênalti perdido por Fred no último lance do primeiro tempo.
Àquela altura, Victor já havia salvado o Atlético ao defender pênalti cobrado por Kayke, que fora cometido por Marcos Rocha. Sem Luan, o lado direito do Galo vive grande crise de identidade. Elias, Yago, Valdívia e Otero já passaram por ali, mas não conseguem manter a dinâmica estabelecida pelo “Maluquinho”. Na quarta, Yago começou a partida com a mesma missão da partida contra o Botafogo, em que impediu Victor Luis e Rodrigo Pimpão de se entenderem. Os santistas Jean Mota e Bruno Henrique, porém, tiveram muito campo para apoiar o ataque.
No segundo tempo, Valdívia entrou para tentar dar mais rapidez ao setor direito do ataque, mas errou todos os lances que tentou. Para piorar, os problemas na recomposição não foram corrigidos. Apesar de martelar e ter a bola, o Atlético ia se desesperando à medida em que o relógio corria. Robinho e Rafael Moura também entraram pilhados e não conseguiram ajudar. A inoperância de Valdívia, aliás, mostra que o Atlético ainda precisa de mais uma opção de frente. Roger Machado sente falta de um atacante veloz, que consiga romper as defesas adversárias com mais agilidade, sem depender tanto das jogadas trabalhadas.
Nervosa, a equipe ia cedendo cada vez mais espaços ao Santos, que assustava nas arrancadas de Serginho, Vladimir Hernández e Bruno Henrique. Num lance do tipo, o Peixe conseguiu a falta que deu origem ao gol da vitória, anotado pelo lateral Daniel Guedes.
A sequência do ano
O Brasileiro já está bastante comprometido. Um levantamento feito por Frederico Ribeiro no jornal “Hoje em Dia” mostra que, em sete jogos, o Galo já igualou o número máximo de pontos perdidos no novo Independência pelo Campeonato Nacional. Se quiser brigar por uma das seis vagas que levam à Libertadores do próximo ao ano, o Atlético precisa melhorar bastante o seu rendimento nas partidas como mandante.
As chances reais e concretas de título estão nas competições eliminatórias. Se repetir o desempenho do jogo de ida, o Atlético tem grandes condições de eliminar o Botafogo na Copa do Brasil. Pela Libertadores, apesar da derrota na Bolívia, superar o Wilstermann em BH não é nenhuma missão impossível.
Se quiser ter mais um alento, o torcedor atleticano pode se apegar à mobilização demonstrada pela equipe em jogos “grandes”. As finais do Campeonato Mineiro, além da partida de ida contra o Botafogo, foram duas das melhores atuações alvinegras na temporada.
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Por: @ghpeixoto