Galo x América: sorte e acaso

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07/06/2018 - 14:37

Uma semana para estacionar, refletir, reformular e trabalhar. São mais dois jogos até a parada para a Copa do Mundo e, apesar destes seis pontos fundamentais para ajudar a descobrir quais são os objetivos e onde esse time pode chegar, a cabeça está lá na frente. Foram seis meses de inúmeros nãos, promessas e incertezas, fazendo com que a torcida já questione o trabalho da nova diretoria (de forma totalmente correta) e sua política de trabalho, se é que há alguma.

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Foto: Bruno Cantini (CAM)

Nas gestões anteriores, expressões marcantes ditas por presidentes e diretores viravam motivo de piadas entre imprensa e torcida. “Não desminto e não confirmo” era marca registrada de Eduardo Maluf. Os desabafos sobre a situação financeira faziam de Ziza Valadares uma piada nas mesas de buteco. Do Kalil? Nem se fala. Até um “acabou a pedofilia” ele mandava se referindo às negociações empresários/base. A palavra da vez, desde janeiro, é austeridade. Em tese, seria a política de Sette Câmara, Gallo e trupe. Mas as especulações, irresponsáveis tentativas e acordos mal feitos vão contra o discurso.

Um time que preza pela austeridade financeira não pode negociar com Felipão (notícia confirmada pelo próprio técnico). Uma diretoria que busca sanear as contas não pode dar o melhor lateral do país sem nenhuma contrapartida – a não ser as migalhas que deverão ser pagas pelo Palmeiras ao exercer a compra. Quem quer economizar não pode preterir qualidade à quantidade. Ou a barca composta por Samuel Xavier, Tomás Andrade, Erik e Arouca saiu mais barato do que manter o Rocha ou contratar, de fato, um jogador para suprir a principal necessidade do time desde a saída do Jemerson?

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Foto: Bruno Cantini (CAM)

Sim, as críticas são mais do mesmo – como as promessas do Gallo – mas precisam ser lembradas. Hoje é o dia perfeito para uma vitória e um representante da diretoria aparecer se vangloriando por ter apostado no Larghi e montado um time barato e competitivo, como já aconteceu. O planejamento de 2018 pode começar a ser feito a partir de semana que vem, desde que não escolham começar o ano em junho. O discurso deve ser corajoso, de que não se pode criar esperanças de títulos em curto prazo. Mas falta colhão para todos os assuntos quando falamos dos responsáveis pelo futebol do Atlético.

Jogadores e técnico estão no mesmo barco da torcida: à deriva e lutando para que a âncora não seja lançada de imediato. Apesar dos pesares, ainda flutua. Até quando? Não sabemos.