Ele marcou toda uma geração de atleticanos que há muito tempo não vinham um goleador-nato, que se identificava com a massa. Vimos um Guilherme que marcava de peito, de chapéu, de cabeça, de trivela e até de canela com ele era golaço.
Já na sua estréia, a torcida viu que estava ali o artilheiro para jogar ao lado de Marques, mas nem o mais otimista dos torcedores imaginava que os dois se entenderiam tão bem dentro de campo.
Marques sabia onde Guilherme estaria antes mesmo dele pensar em estar, e Guilherme sabia onde esperar, sem mesmo saber por onde corria Marques.
Falar de Guilherme era falar de gols ou de polêmicas, pois o artilheiro não vivia só nos cadernos de esportes. Após ser emprestado ao Corinthians em 2002, o artilheiro se envolveu em um acidente com 2 vítimas fatais. Após esse episódio o goleador nunca mais foi o mesmo, sendo devolvido ao Galo após a perda do nacional pela equipe paulista.
De volta ao Galo, Guilherme ainda fez alguns gols, mas pra quem convivia com um garçom Marques, jogar ao lado de Fábio Junior e Alex Alves desgastou o jogador que vivia altos e baixos com a torcida. Somente ao lado de Alessandro Guilherme ainda arriscou um bom futebol, que foi seu último pelo Atlético antes de se transferir para o Al Itthihad, da Arábia.
E em 2004 uma geração inteira se decepcionou quando vimos o cara que batia no peito e falava "EU SOU FODA", o cara que mandava um time arrogante calar a boca, dessa vez se tornando um dos arrogantes.
Esquecendo quem o levantou no futebol, e quem o apoiou aos gritos de "ôÔôÔ ESTÁ DE VOLTA O GUILHERME MATADOR!", e vestindo uma camisa azul que o repuldiava pelo massacre de 1999.
Eu me lembro que no dia jurei nunca mais citar o nome do ex-camisa 7, e jamais falaria aos meus filhos que um dia cheguei a pensar nomea-los com o mesmo nome do artilheiro.
Eu prefiro pensar que ele estava abalado emocionalmente pela fase que vivia e todos os problemas que atravessava, inclusive na justiça. Guilherme não percebia que dessa vez não eram 2 vidas que chegavam ao fim, mas milhões de sonhos, respeito e admirações que se perdiam.
O jogador ainda tentou jogar pelo Botafogo revivendo a dupla com Ramon Menezes, mas com lesões seguidas não houve sucesso.
Impossível esquecer tudo que ouve, todos os gols, mas teria o HERÓI vivido e morrido tão rapidamente nessa história? Qual a explicação de se manchar uma história magnífica com rabiscos mal traçados e tão pouco valorizados?
Nunca tivemos uma despedida dele, pois seria impossível, até termos uma resposta para a pergunta que fica nas páginas centenárias:
Posição: Centroavante.
Data de Nascimento: 08/05/1974
Cidade: São Paulo-SP.
Período no Atlético: 1999-2002 e 2003
Primeiro Jogo: 31/07/1999
Atlético 2x0 Gama-DF – Campeonato Brasileiro/1999
Último Jogo: 16/08/2003
Atlético 1x2 Atlético-PR – Campeonato Brasileiro/2003
Clube Anterior: Vasco da Gama-RJ
Clube Posterior: Al-Ittihad-ARS
No Atlético: Foram 206 jogos e 139 gols marcados.
Títulos pelo Atlético:
Campeão Mineiro – 2000
Sua Carreira:
Categoria de Base: Marília-SP.
Profissional: Marília-SP; São Paulo-SP; Rayo Vallecano-ESP; Grêmio-RS; Vasco da Gama-RJ; ATLÉTICO (1999-2002); Corinthians-SP; ATLÉTICO (2003); Al-Ittihad-ARS; Cruzeiro-MG e Botafogo-RJ.
Com a camisa atleticana, Guilherme tornou-se artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1999, com expressivos 28 gols, e dos Campeonatos Mineiros de 2001 e 2003. Fez 06 jogos pela Seleção Brasileira, marcando 01 gol, na Copa América de 2001. Marcou sua trajetória no clube, cheia de conquistas pessoais, tornando-se o 7º maior artilheiro do clube. Ganhador de duas Bolas de Prata da “Revista Placar”, como maior artilheiro e melhor atacante, do Campeonato Brasileiro, em 1999. Campeão da Taça Libertadores e da Copa Intercontinental de Clubes, em 1993, pelo São Paulo-SP.
ABRAÇO NAÇÃO!
ABRAÇO GUILHERME!
