O Atlético perdeu para o Prudente pela Copa do Brasil. Um lançamento magnífico de Ricardinho para Magno Alves que finalizou com perfeição. Um lance com quase 70 anos de idade (Ricardinho 34 e Magno Alves 35). Pelo lado do Atlético, foi só!
A inteligência de Ricardinho é incansável, mas as pernas não aguentam mais trabalhar por 10 em campo, principalmente por Renan oliveira, de 21 anos, que andou enquanto esteve em campo.
O Atlético aposta em Renan Oliveira desde 2008 e foram raros os momentos em que ele correspondeu. Se é para apostar na juventude, que seja em Bernard. Aliás, não há como entender as escolhas de Dorival Junior, pois Bernard e Wendel fizeram todo o trabalho de pré-temporada e assistiram o técnico optar por Leleu que foi integrado recentemente ao time.
Entender Dorival Junior tem sido tarefa difícil em 2011. O treinador tem optado por Ricardo Bueno, atacante que até hoje não mostrou futebol para ser titular em nenhuma das doze equipes do Campeonato Mineiro. Não prende a bola no ataque, não marca a saída de bola do adversário, não finaliza bem, não tem bom passe e por aí vai. A única explicação para a titularidade do jogador é uma cena “perrelística” comum: escalar para vender.
Dorival enfrenta um clima ruim na Cidade do Galo. Diego Souza e Jobson pediram para sair e outros jogadores estão muito próximos de repetirem a decisão. Após a partida, Dorival inclusive mandou um recado para um deles: “O Daniel (Carvalho), ele tem que botar na cabeça que ele quer. É um grande jogador, não tenho dúvida. Agora, ele ainda está um pouco distante da sua melhor condição. Ele só vai jogar a partir do momento que estiver em condições, atleticamente falando, de suportar o jogo, sendo participativo pela exigência de uma partida.”
Se há esse desentendimento entre o treinador e o jogador, que liberem Daniel para outro clube, afinal não é um salário baixo para um jogador que sequer é relacionado. Há um desentendimento entre os dois pelo peso inconstante do jogador, porém Dorival tem optado por outros rechonchudos, como Toró, que ganhou a vaga de Zé Luís.
E quem paga pelas decisões erradas, toda essa má vontade em campo, os desentendimentos constantes nos bastidores, a turma que chega e não joga, é a torcida do Atlético. A torcida que viaja atrás do time, compra ingresso, compra material, que contribui com o Clube, que compra o campeonato pela Tv. Uma torcida que paga a conta dos erros há 103 anos. O tamanho da esperança do atleticano em janeiro é diretamente proporcional à decepção em dezembro, mas isso não é motivo para preocupar-se, pois Copa do Brasil só vale vaga para a Libertadores e o Presidente acha que só quem faz vestibular é que gosta de vaga.
Ouvimos de jornalistas, de torcedores rivais que nosso time não é a maravilha que estamos comemorando, mas nossa paixão causa cegueira e diversas vezes compramos brigas diante de tais afirmações. Quando reclamamos, somos chamados de bipolares pela Diretoria. Bipolar? Bipolar é prometer um grande ano e em 3 meses começar as orações para que o ano acabe rápido e sem rebaixamento. Eu sou atleticano porque não achei interessante torcer para um time que assume viver cheio de vaidades, mas hoje eu vejo um time com treinador, presidente, diretor e jogadores vaidosos. Ninguém assume o erro, todos tentam passar uma imagem de que tudo está sob controle, enquanto o tic-tac da bomba tira o sono do torcedor.
Há algo de podre no Reino do Galo e a torcida não vai esperar as últimas rodadas do Brasileiro para acordar. Diretoria, Dorival Jr. e jogadores, encarem com mais seriedade os adversários em campo ou saberão o que é enfrentar a torcida atleticana fora dele.
ABRAÇO NAÇÃO!
Fael Lima
*Fotos de Bruno Cantini no Flickr Oficial do Clube
