Foi difícil dormir na última noite, após 90 minutos de coração acelerado. Tentei de tudo, mas nada me fazia pegar no sono. Quando conseguia cochilar, era acordado por mais um grito de Galoooo, cortando o silêncio da madrugada, pelas ruas.
Decidi então abrir um livro de lendas que estava ao meu lado e comecei a ler uma história que já começava com o personagem principal em perigo.
Apesar de pertencer a outras terras, a batalha se passava em Goiânia, com um adversário de nome parecido com o do herói que faria tudo para comprovar sua imortalidade naquela noite.
Porém, os inimigos mostraram que possuíam um armamento pesado, acertando em cheio o solo alvinegro com um potente canhão. E eles comemoraram tanto que não viram aquele soldado alvinegro, criticado pelas últimas batalhas, se jogar para frente e enlouquecer os tantos outros que o assistiam atrás do alvo.
Cada vez mais eu me sentia dentro daquela história. Cheguei a ficar de pé quando cheguei à página que contava sobre outro ataque certeiro dos adversários, aproveitando da desatenção de alguns.
Diante de um precipício quase inevitável, nesse momento, quase arremessei o livro pela janela, mas o brilho de uma cena me fez continuar: Era a ilustração de um homem de cabeça para baixo. Parado no ar! Como era possível? Sem respostas continuei a história, mas a cena do homem que voou para empatar a batalha já valeria por qualquer final.
O sol já havia se escondido atrás das montanhas e a batalha estava perto do fim. Nessa hora, 4 dos soldados mais criticados decidiram usar toda a grandiosidade da bandeira que defendiam naquele dia e derrubaram todo o exército rival. Sendo que um desses jovens soldados havia voltado naquela semana. Coisas que só acontecem em lendas!
Foi de arrepiar. Nem Hollywood faria um suspense tão grande. Uma vitória nos últimos segundos!
O adversário caía diante do Alvinegro que caminhava para a próxima batalha, a cantar: “Lutar! Lutar! Lutar! Com toda a nossa raça pra Vencer!”
E assim, eu dormi com um coração cada vez mais orgulhoso em viver as lendas do Clube Atlético Mineiro.
ABRAÇO NAÇÃO!
Fael Lima
