Cenas de um ano, memórias eternas

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01/12/2009 - 17:18

escud%C3%A3o+glorioso - Cenas de um ano, memórias eternas

Só se passaram dois dias. E eles pareceram eternos. Quantas palavras eu falei de ofensa aos que sumiram e agora aparecem soltando suas purpurinas azuis. Soltei palavras de ofensas ao Galo e cheguei a me odiar por amar tanto esse time.
Sem saber por quanto tempo irá ficar essa sensação de gosto amargo e essa falta de ar ao ver minha camisa alviinegra de forma diferente. Hoje ela estava em tom de luto como se sentisse o vazio no coração do corpo que a vestiria em seguida.
Hoje ela possuía um espinho naquela estrela amarela que me espetava todo momento que eu abaixava a cabeça, como se quisesse me corrigir por tal ação. Após algumas ruas e encontros que lembravam dos acontecimentos do domingo, comecei a evitar as espetadas e comecei a olhar para frente.

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Comecei a lembrar dos momentos que vivi nesse campeonato que passou e meus olhos começaram a brilhar. Lembrei daquela torcida a comemorar de joelho os gols salvadores, dos tantos carnavais que viveu Bh nas ruas de acesso ao Mineirão, daqueles tantos pulmões a jurar que o Galo é amor e que jamais seria uma mera simpatia e um grupo de loucos a proibir alguém de ficar parado nas arquibancadas, correndo o risco de tomar um "tá ligado".
Já não lembrava do luto na camisa, nem do espinho a me ferir, pois as zombarias alheias eram ofuscadas quando eu sentia arrepios, jurando estar ainda naquela geral lotada a pular de um lado para o outro.
Nessa segunda pensei que 2009 seria mais um ano que eu iria ignorar no futuro, mas meus filhos ficarão de olhos arregalados quanto eu contar que ajudei a subir um novo bandeirão, que argentinos alvi rubros festejaram conosco e que a ola parecia eterna de tantas voltas que se fazia no gigante da pampulha.


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A ola lentamente chegou ao fim, assim como o ano de 2009, ao contrário dessa experiência que vivi hoje com minha camisa, onde parecia que um simples passeio seria eterno.
Os que zombavam, o espinho, a sensação de mal estar, o preto na camisa me informando o luto; tudo isso me fez ver que há cura para todo mal, para toda mágoa, para toda alma. Há cura para todo dia triste, para toda decepção e todo dia cinza. Porém não há sinais de cura para o "ser atleticano".
O coração machucado poderia pedir ao instinto de sobrevivência para que exterminasse esse sentimento que aparentemente lhe faz mal. Porém todo e qualquer intinto se renderia à cena de um atleticano acordando amanhã, pegando sua camisa e lhe pedindo perdão pelas palavras ofensivas dos últimos dias.
Basta um beijo naquele escudo para que você tenha a certeza de que viverá outras dezenas de anos a sofrer, se decepcionar, a sorrir, cantar ou a chorar novamente, se preciso. Mas certo é que esse coração machucado sempre estará disposto a cantar no fim de cada dia:
NÓS SOMOS DO CLUBE ATLÉTICO MINEIRO, JOGAMOS COM MUITA RAÇA E AMOR. VIBRAMOS COM ALEGRIA NAS VITÓRIAS - CLUBE ATLÉTICO MINEIRO, UMA VEZ ATÉ MORRER.

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ABRAÇO NAÇÃO!