Hoje, eu sou Atleticano graças a esse homem, meu avô. Mesmo morando no interior (Itajubá - Sul de Minas), nunca vi Atleticano tão fanático quanto ele. Apesar do filho dele, meu pai, ter virado azul calcinha, meu vô conseguiu o que muitos querem, fazer quase toda a família ser Atleticana. Meus primos, que são muitos, praticamente são todos Atleticanos numa região que os imbecis torcem para paulistas e cariocas. Honramos o estado graças ao meu avô.

Quando eu era criança, ai de quem chegasse perto do “véio” quando ele estava escutando um jogo do GALO no radinho. Não perdia UM jogo sequer.

Hoje ele tem Alzheimer. Não anda. Tem passando por bons bocados. Fazia meses que não o via, pois moro em Campos do Jordão. Esse final de semana fui a Itajubá visitá-lo e quando o encontrei, ele estava com o boné do Atlético. Ele não me reconhece mais e às vezes não reconhece nem minha avó. Mas quando me viu com a camiseta do Atlético, não é que ele sorriu e disse: “GALO!”

O que quero dizer com isso é que o amor do Atleticano a essa instituição é algo ANORMAL, fora do comum, que faz uma pessoa com ALZHEIMER, que não se lembra da própria esposa, não esquecê-lo. O amor ao Clube Atlético Mineiro é algo que ultrapassa todos os limites da razão e esse final de semana tive a constatação desse fato.

Ricardo Gonçalves (postado na comunidade do Galo no Orkut)