Micale melhora o coletivo, mas esbarra em individualidades sem inspiração

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03/08/2017 - 12:42

O Atlético perdeu mais uma partida disputada em Belo Horizonte. Mesmo jogando no Mineirão, o Corinthians se sentiu à vontade e não precisou de muito esforço para fazer 2 a 0 no Galo. Em circunstâncias normais, a derrota para o alvinegro paulistano seria encarada com alguma naturalidade. No entanto, a campanha ruim em casa impressiona e preocupa os atleticanos.

Pelo segundo jogo seguido, Rogério Micale apostou em um 4-3-2-1. A trinca de meio-campistas foi formada por Rafael Carioca, Gustavo Blanco e Elias. Enquanto o primeiro esteve fixo à frente da zaga, os outros dois tiveram a missão de equilibrar ataque e defesa. Pela direita, Cazares atuou como “ponta construtor”, se deslocando do lado para o centro. Na esquerda, Pablo foi escalado para ser o homem da velocidade, tentando emular o que seria feito por Luan, que sentiu dores musculares e acabou vetado. Se o “Maluquinho” tivesse jogado, Cazares provavelmente teria jogado pelo lado esquerdo.

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Formação tática usada pelo Galo contra o Corinthians / Arte: lineupbuilder

Como pivô, Rafael Moura foi encarregado de prender os zagueiros corintianos, além de preparar possíveis jogadas para os que vinham de trás. Apesar de muito esforçado, o “He-Man” não fez bom jogo, sendo presa fácil para o forte sistema defensivo de Fábio Carille. Também mal, Pablo acabou substituído no intervalo pelo venezuelano Otero, que errou todas as jogadas que tentou.

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Na metade do segundo tempo, quando já perdia por um gol, Micale tentou alterar a configuração tática de seu time. Colocando Robinho e Adílson, o treinador atleticano passou a jogar no 4-2-3-1. Atuando por dentro, o camisa 7 só foi notado quando desperdiçou boa chance em chute cruzado dentro da área.

Frio e letal, o Corinthians teve poucas oportunidades de gol. Jogando ao seu modo, os visitantes deram bola e campo para o Atlético. O gol que inaugurou o placar saiu após falha no lado esquerdo atleticano. Fábio Santos se desgarrou da última linha defensiva para combater Rodriguinho, que já tinha Elias em seu encalço. Esperto, Fagner viu o espaço e recebeu livre, tendo todo o corredor para caminhar até fazer o cruzamento que terminou em gol de Jô. Pablo tentou acompanhar o lateral, mas acabou “vendido” pela precipitação de Fábio Santos. O segundo gol, marcado por Rodriguinho, saiu já no fim do jogo, quando o Galo, que atacava no desespero, bateu cabeça em seu campo defensivo.

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Apesar da derrota, foi possível visualizar coisas boas na atuação do Atlético. Aos poucos, Micale vai tentando construir um time à sua feição. Para colher os frutos, porém, é preciso dar tempo e respaldo ao trabalho do comandante atleticano.

Mais vertical e direto, o Galo criou algumas boas situações, mas acabou parando nas próprias peças, que mesclam fases ruins com algumas limitações. Dos meias e atacantes, só Cazares e Fred, que está machucado, vivem bons momentos. Mesmo com virtudes, é difícil competir com uma equipe de conceitos e modelo de jogo bem definidos. Enquanto isso, o “Novo Galo” tem apenas uma semana de vida.

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Por: @ghpeixoto 

Fotos: Bruno Cantini / Atlético