Não há luz no fim do túnel

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01/07/2011 - 06:02

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O menor dos problemas do atleticano hoje é a zombaria vinda dos torcedores de outros times. Algumas crianças fingirão estarem doentes para não irem à escola, alguns adultos ficarão calados durante todo o horário de trabalho, e assim encerraremos mais um dia nessa luta diária que é confiar no Atlético. Sinceramente, não me importo com isso, pois o único mérito do rival nos últimos anos é terminar o campeonato na nossa frente, e não é isso que sonho para o Atlético.

O que me corrói essa noite é saber que, provavelmente, esse túnel não tenha uma luz em seu fim. E em nossa direção, vem um trem em alta velocidade, com 40 anos de decepções nos vagões. É inevitável a batida, basta ver os sinais nos gestos, falas e expressões dos jogadores. O sorriso do lateral após outra goleada, o outro lateral que ofende a torcida, o popstar que é querido na Itália e acha normal a goleada, o zagueiro reserva que acha justo sofrer uma goleada, já que são muxibas da base, entre outros que certamente estão dormindo tranquilamente, enquanto atravesso mais uma noite em claro, graças ao Galo.

Resta lamentar e ver jogadores de qualidade, como Réver, torcendo para que apareça um clube interessado em seu passe e o tire desse inferno. Dentro de campo, Réver representa o grupo que joga de forma séria, que é homem o suficiente pra assumir que não há vontade vencer entre os atletas. Réver é um dos caras certos, com os companheiros errados e, infelizmente, os homens sérios costumam sair mais cedo.

Mas uma andorinha só, não faz verão. Zé Luís e Ricardinho foram embora, mas Dorival tem mais pedras no sapato. O Presidente costuma dizer que, até o dia 31 de dezembro, há um homem no comando do Atlético, mas ninguém sabe ainda quem é esse homem. Será algum dos jogadores que lideram grupos? Será o diretor Maluf que traz meia do Qatar, com Bernard fora do banco de reservas, entre outras trapalhadas?

As mãos de milhões de torcedores estão amarradas, pois segurar cartaz em frente a Centro de Treinamento só garante algumas risadas dos atletas nos vestiários. Se for para desrespeitar a massa, que sejam os cabeças-de-bagre do passado, que só erravam por não ter qualidade e não por falta de compromisso. Se todo jogador que aparece no mercado é oferecido ao Galo, porque trazemos peças que precisam de meses para pegar ritmo de jogo ou tratar de lesões? Pagar 1 milhão em Patric e 6 milhões em Guilherme é motivo para comemorar uma boa situação financeira ou chorar pelo dinheiro mal investido?

O Atlético é um grande ponto de interrogação e a torcida não sabe quem pode lhe dar as respostas.  Apaixonados por essa camisa, como eu, verão esses jogadores nos envergonharem durante o campeonato e depois saírem pela porta dos fundos, satisfeitos em terem curtido uma temporada no melhor spa, digo, centro de treinamento do Brasil. O Galo é hoje um período de férias, um prazo para curar lesões, um espaço pra moleques chegarem ao cúmulo de ofender os torcedores ainda em campo. Vergonha em ser atleticano? Vergonha eu tenho é de ver frouxos como vocês vestindo nossa camisa e recebendo (em dia) um salário milionário.

Por favor, eu não peço títulos. Desisti deles. Hoje, tudo que eu peço é respeito.

ABRAÇO NAÇÃO!

Fael Lima

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*Foto: Bruno Cantini