Nos últimos jogos eu falei sobre a atitude da diretoria, sobre o técnico, sobre o diretor de futebol e hoje cheguei a cogitar falar sobre a torcida que, inevitavelmente, vaiará os jogadores no aquecimento, no próximo domingo. Se fizesse isso, estaria repetindo o erro dos que transferem a culpa para a turma que compra ingresso e vai ao campo.
Mas não deixo de repetir – quem for ao campo para vaiar, que o faça após os 48 do segundo tempo – é direito seu, mas vamos deixar os atletas aquecerem e jogarem primeiro. Por mais que mereçam ouvir milhares de verdades, o resultado do Galo vem em primeiro plano.
Fora esse conselho, não há mais o que falar para a torcida. Não dá para pedir paciência, pois muito atleticano morreu e levou consigo essa paciência. Também não posso pedir para gritar o nome dos jogadores que fazem gestos ou partem pra cima da turma da arquibancada, como fez Guilherme Santos e, segundo os torcedores presentes no Ceará, como fez Toró.
Se quiserem ficar os 90 minutos calados, façam. Se quiserem ficar de costas para o campo, façam. Vocês podem tudo e jogador, técnico ou presidente não tem moral alguma para dizerem que vocês estão errados.
Não culpem santos que receberam camadas de tintas, não digam que a camisa branca traz azar (como eu faço), não procurem ações ou hábito que provavelmente traga má-sorte. No futebol, isso não existe. O que existe é a incompetência, falta de respeito e de dignidade.
Não tente prever quanto tempo vai durar tudo isso. Só torça pelo Atlético como algo que você ama e que nunca vai acabar. Imagine um filho que anda com as más companhias e que você já não o abraça ou pergunta como foi o dia, mas continua amando.
Atleticano, os pecados não são teus, mas tome a tua cruz e siga.
Ninguém mais respeita o nosso Galo, nem os adversários, nem os jogadores que enchem a boca para falar sobre profissionalismo. O Galo tornou-se uma guerra fria, nós contra eles. Vamos ficar e resistir a essa batalha, depois pensamos qual o próximo passo nessa guerra. Somente uma coisa é certa – Nós vamos ficar e lutar.
ABRAÇO NAÇÃO!
Fael Lima
Fotos: Gabriel Castro
