Nova casa atleticana precisa abrigar todos os filhos do clube
Por: Guilherme Peixoto
22/09/2017 - 13:47
O Atlético deu, na última segunda-feira, o primeiro passo oficial para a construção de seu estádio. Com a aprovação do projeto no Conselho Deliberativo, o clube agora concentra seus esforços sobre o poder público, que também precisa dizer “sim” à obra. O grande desafio do Galo, porém, é ir na contramão dos campos “padrão FIFA” e tornar a Arena MRV um espaço acessível à todas as camadas de sua torcida.
A casa própria ajudará o Atlético na missão perseguida pelo clube desde 2009: o salto de patamar. Bem estruturado, o modelo de negócio escolhido para a construção da Arena MRV permite que o Galo fique com todas as receitas do empreendimento. Dos ingressos aos restaurantes, todas as áreas estarão sob o controle da diretoria alvinegra, o que significa mais dinheiro em caixa.
Para efeitos de comparação, o Palmeiras recebeu R$ 87,2 milhões em bilheteria no ano de 2015, o primeiro da “Era Allianz Parque”. Em 2014, quando o time paulista jogou até meados de novembro no Pacaembu, as cifras giraram em torno de R$ 23 milhões. Jogando em Independência e Mineirão, o Atlético acaba não ficando com todos os lucros gerados por suas exibições, situação que terá fim com a construção do estádio próprio.
O Horto, aliás, detém uma limitação constantemente questionada pelos atleticanos: a baixa capacidade, que beira os 23 mil lugares. Por ser pequeno, o Independência, além de não comportar toda a “Massa”, acaba fazendo com que o preço dos tickets seja naturalmente mais alto, pois o clube precisa compensar de alguma forma o tamanho reduzido do estádio.
Projetada para acomodar 41.800 torcedores, a Arena MRV terá 12 espaços distintos. A setorização aponta 8.000 lugares sem cadeiras, com ingressos mais baratos. Chamada de “Geral”, a área ficará atrás dos dois gols, no anel inferior.
Ter um setor do tipo é fundamental para manter vivas as raízes populares do Atlético. Aqueles que ajudaram o clube nos momentos mais difíceis de sua história, além de terem lutado, pressionado e clamado pela construção da cancha, não podem ficar de fora em um momento tão histórico.