As dificuldades do Atlético no novo sistema de jogo testado por Thiago Larghi
Por: Camisa Doze
04/09/2018 - 09:28
Depois de muitos pedidos da torcida para o Galo atuar com dois primeiros volantes, na partida contra o Corinthians no último sábado (01), Thiago Larghi pela primeira vez escalou Zé Wellison e Adílson juntos, deixando o time no 4-4-1-1. O @OlhoNoGalo produziu para o Camisa Doze uma análise das primeiras impressões do Atlético no novo sistema de jogo.
Meio-campo mais pegador funciona defensivamente, mas fica devendo na criação
No 4-4-1-1, o time foi mais consistente defensivamente com as boas atuações da dupla de volantes, mas não encontrou uma solução para a ausência de Cazares na saída de bola. pic.twitter.com/D6HPEIDfgI
— De Olho No Galo (@OlhoNoGalo) 3 de setembro de 2018
Com a saída de Elias, Cazares ficou responsável por ocupar o espaço entre as linhas do adversário, atrás dos volantes e a frente dos zagueiros, não vindo mais buscar a bola nos pés dos defensores para levá-la até o campo ofensivo. Com isso, o equatoriano participou bem menos da partida do que o normal, por ter características de um típico jogador sul-americano, mais funcional, sempre indo atrás da bola.
O Corinthians sabia da dificuldade recente do Galo em sair jogando contra pressões mais altas e executou bem essa marcação, aproveitando também a ausência de Cazares na iniciação de jogadas. Os dois times não trabalharam bem a bola e marcavam bem. O resultado, foi uma partida com muitos chutões e pouca qualidade, raras chances foram criadas com jogadas bem trabalhadas.
Sem as válvulas de escape pelos lados do campo jogando bem ofensivamente, e sem a manutenção da posse após lançamentos longos, por Ricardo Oliveira não ter características de pivô, o melhor ataque do campeonato fez uma das suas piores partidas. Faltava infiltração e mobilidade no meio de campo.
Alguns lances das dificuldades na saída sem o apoio de Cazares, e a falta de entrosamento para se posicionar quando o camisa 10 descia, confira! #CORXCAM pic.twitter.com/JqGFZpEuHr
— De Olho No Galo (@OlhoNoGalo) 3 de setembro de 2018
Com diversos desfalques, o Corinthians se superou na partida e dentro das suas limitações fez uma boa atuação, mas esbarrou no setor criativo do time, muito bem marcado pela dupla de volantes atleticana que, individualmente, tiveram uma boa performance, ajudados pela grande contribuição de Luan defensivamente.
O segundo tempo foi marcado por vários transições diretas, sem êxito. Tomás Andrade não conseguiu acrescentar qualidade ao time com sua entrada e Galdezani foi uma boa alternativa para acertar essas transições. O camisa 20 conseguiu até acertar dois lançamentos, mas o time estava muito abaixo do habitual, e não foi o suficiente para mudar o cenário.
Novamente, Fábio Santos sentiu uma lesão o atrapalhando durante o jogo, e pela limitação física não conseguiu aproveitar o corredor que Chará abria ao buscar jogo pelo meio. Interessante a entrevista do lateral-esquerdo antes do jogo, falando de sua características mais defensiva e apoiadora, diferentemente de Emerson, que é um "lateral atacante", que ultrapassa muito e busca o confronto contra os defensores do time adversário.
No 4-4-1-1, Cazares saiu da armação vindo de trás e o time pecou na manutenção da posse de bola. Nova formação vai requerer tempo para um melhor ajuste, mas tenho dúvidas se será mantido com Elias e Mateus Galdezani a disposição. pic.twitter.com/6hTnXHJhzv
— De Olho No Galo (@OlhoNoGalo) 2 de setembro de 2018
Thiago Larghi deixou dúvidas na entrevista coletiva após o jogo sobre a manutenção do esquema com dois volantes, e ressaltou que não gostou do setor criativo do time. A tendência é que em jogos dentro de casa, principalmente, o time atue com apenas um volante de contenção e um interior mais ofensivo ao lado de Cazares, e com a alternativa de dois volantes para situações de manutenção de resultado e partidas fora de casa que exigiriam menos posse e mais compactação.