O APOIO DA TORCIDA ORGANIZADA EM MEIO A PANDEMIA
Por: Camisa Doze
29/12/2020 - 00:23
Com o estádio vazio por conta da pandemia de Covid-19, representantes de torcidas organizadas preenchem as cadeiras do Mineirão com faixas e bandeiras, como uma alternativa para amenizar a ausência do público no Gigante da Pampulha
07 de março de 2020, data do último jogo do Atlético com torcida no estádio. Naquele dia, o Mineirão recebeu o único clássico do ano. Vitória do Galo por 2 a 1 sobre o rival da série B. Quem foi sabe, a festa no Gigante da Pampulha foi espetacular. Porém, se o atleticano soubesse que ficaria tanto tempo “afastado do Galo”, com certeza não arredaria o pé do campo naquela noite.
Dias depois, mais precisamente no dia 18 de março, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, emitiu um decreto de suspensão temporária de atividades com potencial aglomeração de pessoas. O motivo? Covid-19! Desde então, muitas coisas já aconteceram durante a pandemia, alguns estabelecimentos já voltaram “ao normal”, mas o futebol com torcida nos estádios, não. E, infelizmente, não temos nem previsão.
Um seleto grupo de atleticanos foram privilegiados nesse tempo, os responsáveis pelas torcidas organizadas do Galo e que sempre lideraram as festas nos estádios. Dessa vez, a missão é preencher as arquibancadas vazias com faixas e bandeiras. César Felipe “Presidente” (32), representante da Torcida Organizada Camisa 13, é um desses felizardos.
Conversamos com ele, que nos relatou como está sendo esse novo cenário de apoio ao Galo:
Acostumado a acompanhar o Galo em todos os jogos em casa e até alguns fora, César Felipe disse que 2020 está sendo muito atípico de tudo que já viveu em arquibancada.
“O início do ano foi muito bom, depois veio a pandemia e o período de pausa que foi o mais difícil. Aí veio a volta dos jogos, ainda sem torcida, em uma rotina completamente diferente, tivemos que readaptar e arrumar uma logística diferente para estar sempre presente no estádio” ressaltou.
Mesmo com a ausência dos torcedores nos estádios, César Felipe pôde contribuir de alguma forma, levando faixas e bandeiras nos jogos em que o Galo é mandante, no caso, no Mineirão.
“Não tem muito o que fazer...”, é a sensação dele, mesmo indo ao estádio, já que está acostumado a ver toda sua torcida lotando as cadeiras do Gigante da Pampulha.
Segundo o “Presidente”, existe todo um processo de organização para preencher as arquibancadas com as faixas e bandeiras.
“Sempre fazemos o alinhamento dias antes dos jogos, para saber qual integrante estará disponível no dia, mas depende de outros fatores também, como a importância do jogo/adversário, a criatividade para escolher os materiais...”, afirmou.
O que para muitos pode soar como um trabalho chato, para César Felipe, é um prazer. Ele se sente honrado em poder organizar as arquibancadas com os materiais de sua torcida.
“Como cheguei na torcida pelo patrimônio, é muito gratificante estar presente tanto para colocar os materiais, quanto para tirá-las, coisas que não tenho oportunidade de fazer em jogos com torcida”, respondeu.
Famoso por “beber todas” antes, durante e depois dos jogos, ”Presidente” disse que os jogos fora de casa servem para que ele faça o que mais gosta.
“Eu acompanho os jogos na cozinha, fazendo tira gosto, bebendo cerveja e ouvindo o jogo pela rádio”, afirmou.
Mesmo confiante no retorno das torcidas, César Felipe acredita que o retorno do público dependerá diretamente da vacina contra o Covid-19.
“Sobre o retorno das torcidas nos estádios, a expectativa é das melhores possíveis, mas ao mesmo tempo, acredito que enquanto não houver uma vacinação em massa, não teremos condições de retornarmos com segurança aos gramados” concluiu.
Acompanhe mais fotos da Torcida Camisa 13 do Galo: