O Atlético revela menos, mas também investe menos

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25/08/2017 - 11:30

Nos últimos dias têm crescido cada vez mais a cobrança da torcida atleticana em cima do ex-superintendente de futebol da equipe profissional e atual diretor das categorias de base Atleticana, André Figueiredo.

O dirigente alvinegro vem sendo questionado pelo trabalho feito nas categorias inferiores e pelo momento da equipe profissional, a qual também esteve em meio ao alto escalão durante dois meses desse ano de 2017.

O Atlético, de fato, não pode ser considerado como um clube brasileiro que revela muito, mas nem por isso o trabalho desempenhado nas categorias de base pode ser tido como ruim. O investimento atleticano nas categorias de ascensão é inferior ao de outros grandes clubes do Brasil, que são tidos como tradicionais reveladores.

Por mais que a estrutura oferecida na base atleticana seja de primeira linha, com um excelente centro de treinamento e acomodações impecáveis, o investimento na base requer mais do que isso, hoje em dia, até o salário pago há esses jovens torna-se fator crucial para que o resultado seja maior.

Em apuração quanto ao teto salarial dos principais clubes brasileiros nas categorias de base, é constatado que o Galo investe menos nesse departamento, e muito por isso acaba revelando menos.

O Santos

Tido como um dos principais clubes reveladores do Brasil, chega a fazer algumas "loucuras" por suas joias, e investe pesado na base. Talvez essa seja uma de suas principais virtudes. Como exemplo podemos tomar a situação do jovem Rodrygo, de 16 anos, tido como um novo craque, que tem vencimentos em torno dos 20 mil reais mensais, mesmo ainda na categoria juvenil e após a assinatura apenas do seu primeiro contrato profissional, que foi feito em julho deste ano. Os valores não são confirmados pelo clube, mas segundo fontes giram em torno destas cifras.

Ainda tomando o Santos como base, devido ao grande número de revelações, temos que considerar que Rodrygo é tido como uma exceção, dentre outras que existem nas categorias de base santista, e que a faixa salarial dos atletas é menor. Porém, se compararmos ao Atlético, ainda assim veremos que o investimento do time da Vila é infinitamente superior ao atleticano, sendo que há pouco tempo o Galo perdeu uma de suas principais joias por recusar pagar algo muito superior ao seu teto salarial, Bruno Tabata, uma das principais promessas Brasileiras do ano de 97.

Ainda comparando o investimento de outros grandes clubes do Brasil nas categorias de base em relação ao Atlético, notamos outra disparidade quando São Paulo e Vasco possuem uma política salarial de até 10 mil reais, enquanto o Atlético estaciona nos 2 mil mensais. Não consegui ao certo os valores de equipes como o Fluminense, que também muito tem revelado, mas também trabalha com valores bem maiores que o do time atleticano.

O número de jogadores que a base atleticana revelou e que de fato fizeram algum "estrago" no cenário do futebol nos últimos anos é pequeno? Se formos comparar aos outros grandes clubes, o investimento é menor, então digamos que é mais do que comum que apareçam apenas esses "gatos pingados". Por mais que o trabalho de André Figueiredo possa ser questionável, a falta de revelações em grande quantidade na base não pode ser o maior dos motivos.

Outra pergunta que fica é: o clube tem sido da política de apostar em medalhões, em jogadores já consolidados, e deixar a base em segundo plano. Se fosse de outra forma, a torcida teria a paciência necessária para que um bom trabalho de integração entre base-profissional fosse desempenhado, ou queimaria atletas na primeira oportunidade? Fica o questionamento.