Uma Odisseia no Galo: o filme acabou antes de começar

Por:
17/05/2018 - 09:50

O espectador espera ansioso pela estreia do novo filme “Uma Odisseia no Galo”. Nos últimos três anos, as películas da série tem sido uma verdadeira decepção, com muita pompa no seu anúncio, mas um péssimo desfecho. Mal entrou na sala e o cinéfilo vê atores de segunda, um roteiro mal redigido e com os créditos já passando nas telonas. 

O Galo 2018 é como um filme que promete durar duas horas e meia, acaba em apenas 30 minutos e todo mundo sai da sessão decepcionado com o roteiro, com a direção, com os personagens e até com o pipoqueiro que colocou muito sal. 

leo silva chape - Uma Odisseia no Galo: o filme acabou antes de começar

O gran-finale não chegou. (Foto: Pedro Souza/Atlético)

Nas críticas dos jornais de Cannes, destaca-se o amadorismo do diretor que tentou de forma desorganizada montar um bom elenco com atores que foram praticamente expulsos de outras películas, mas tinham um salário menor por conta do retrospecto. O estúdio que comandou a produção é escorraçado, ressaltando a falta de investimento que o filme recebeu após queimar algumas câmeras e, com isso, reduzir o tempo do filme. Em sua resposta, o produtor diz que o Cannes é a Serie B do cinema e o que importa é o Oscar. 

No canto da página, salva-se a participação especial de Thiago Larghi, um ator que só entrou no elenco porque o diretor não encontrou alguém que embarcasse nessa barca furada. Sua atuação se destacou tanto a ponto dos demais atores seguirem o fluxo, dando uma mísera esperança de salvar a película. Entretanto, a limitação é tanta que a cena final é cortada quando o mocinho Victor vai salvar o mundo e a última câmera queima, subindo os agradecimentos na tela preta - um luto disfarçado de “obrigado por nada”. 

42162048131 2df6187f71 k - Uma Odisseia no Galo: o filme acabou antes de começar

São Victor até tentou salvar o fim da película, mas não conseguiu. (Foto: Pedro Souza/Atlético)

O estúdio, por sua vez, tenta disfarçar o abatimento dizendo que existe uma cena pós-créditos que fará o espectador aplaudir e gritar a todos pulmões o quanto ama seus filmes, mas o que se ecoa nas salas de cinema são pedidos para que o estúdio peça falência antes que mais alguma câmera se queime no caminho e prejudique a carreira dos personagens e o tempo dos cinéfilos de plantão. 

Antes mesmo de gritar ação, o fim já foi decretado. Em 2019 tem a continuação - que teria um futuro bem melhor se fossem trocadas as sete câmeras do estúdio.