O furacão Róger Guedes

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16/07/2018 - 19:48

A novela Róger Guedes finalmente teve um fim. Para a torcida atleticana, foi um final triste. O camisa 23, que vinha fazendo um primoroso Campeonato Brasileiro, se transferiu para o Shandong Luneng, da China, na semana passada, após ser especulado por vários clubes europeus e asiáticos. Guedes deixa o alvinegro como o artilheiro do Brasileirão antes da pausa para a Copa, com 9 gols em 12 jogos. O atleta foi um dos responsáveis por colocar o Galo na vice-liderança do nacional.

A história do atacante no Atlético começou em fevereiro desse ano, em uma partida contra o Democrata de Governador Valadares, pelo Campeonato Mineiro. Na oportunidade, Guedes anotou o primeiro dos tentos no triunfo por 3 a 0, no Horto. Vindo de empréstimo do Palmeiras, o atacante começaria a encantar os atleticanos com sua intensa velocidade, boa recomposição e dribles talentosos. Era o atleta que chegaria para preencher um setor de carência no elenco alvinegro: a falta de um atleta de drible e lances individuais no ataque.

roger guedes - O furacão Róger Guedes

Foto: Bruno Cantini / Atlético

Porém, após o bom início com a camisa do Galo, o atleta sofreu uma queda de rendimento e foi perdendo espaço nos 11 iniciais do técnico Thiago Larghi. Ficou fora dos 4 principais jogos da reta final do Campeonato Mineiro, sendo os dois confrontos da semifinal contra o América-MG e o primeiro duelo da final contra o Cruzeiro. Entrou aos 33 da segunda etapa contra o Cruzeiro, mas pouco pôde fazer para reverter a vitória do rival.

Com fama de ser “bad boy”, Róger foi pivô de momentos conturbados também. Em uma partida contra o Figueirense, válida pela terceira fase da Copa do Brasil de 2018, teve um ataque de fúria ao ser substituído por Thiago Larghi.

Com essas ocasiões, Guedes só foi perdendo espaço no Galo. O jovem atacante teve outra oportunidade para se redimir de seus erros na estreia do Brasileirão contra o Vasco, em São Januário, mas só aumentou a turbulência. Ao entrar aos 44 do segundo tempo no lugar de Cazares, com o placar de 1 a 1, o ponta alvinegro cometeu um erro bizarro ao tentar dar um passe de calcanhar em um contra-ataque que poderia dar a vitória ao alvinegro. No mesmo lance, o Vasco conseguiu puxar um contragolpe que culminou em um pênalti em cima de Rildo, aos 50 da etapa final. Yago Pikachu marcou e deu os três pontos aos cruzmaltinos.

O erro deixou os atleticanos enfurecidos com Róger Guedes. Segundo apuração do UOL Esportes, a alta cúpula atleticana cogitou devolver o atleta ao Palmeiras, que não o quis de volta. Um grupo de cinco jogadores, formado por Leonardo Silva, Victor, Elias, Fábio Santos e Ricardo Oliveira, teriam pedido à diretoria uma segunda chance ao jovem atacante. O diretor Alexandre Gallo atendeu a solicitação do quinteto e deu um novo ânimo ao camisa 23.

guedes 1 - O furacão Róger Guedes

Foto: Bruno Cantini / Atlético

Thiago Larghi resolveu escalar o ponta na partida de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, contra o Ferroviário, no Ceará. Ele correspondeu e marcou um dos gols do empate por 2 a 2. Após toda a confusão e os rumores de sua saída, Guedes foi conquistando a torcida alvinegra e a comissão técnica do Galo com excelentes atuações, salvando a esquadra alvinegra em vários jogos do Brasileirão.

Marcou gols importantíssimos nos triunfos contra Vitória, Corinthians, Atlético-PR, Cruzeiro, teve uma atuação fenomenal com dois gols na vitória por 5 a 2 contra o Fluminense e fechou sua passagem no alvinegro com um golaço na vitória por 2 a 1 contra o Ceará, que foi o último jogo do Atlético antes da pausa para a Copa.

A torcida atleticana, obviamente, queria a permanência do camisa 23 na Cidade do Galo. Mas com o extenso número de propostas e pelas questões financeiras, Guedes optou por deixar o Galo rumo a China. O atacante se despede do alvinegro com 13 gols em 28 jogos, sendo 9 deles marcados no Brasileirão. Além dos gols, Guedes distribuiu 3 assistências, tomou 4 cartões amarelos e saiu nenhum cartão vermelho.

Apesar de ter sido uma passagem rápida e de altos e baixos, Róger Guedes honrou o manto e deixou uma lacuna a ser preenchida pelos reforços que chegaram na pausa para a Copa do Mundo.