O Atlético teve grandes times na década de noventa, onde um Mineirão lotado era coisa normal para a apaixonada torcida. Entre esses apaixonados na arquibancada, o Galo contava com um torcedor comum, de nome Mairon Cesar Reis.
Mairon ansiava por ver um time de raça em campo, e quando faltava essa vontade, ele daria tudo para entrar lá e decidir aquele jogo, sabendo que era quase impossível num time que já contou com Reinaldo, Cerezo, Luizinho, Marques, Guilherme, Euller, Éder, Dadá e um Trio que fez história no início do século.
Mairon Cesar deixava o Mineirão sonhando em um dia estar dentro dos gramados, chegando à ousadia de um dia pedir isso aos céus.
Há histórias no universo atleticano que seriam tidas como lendas, não fossem os milhões de testemunhas que viveram a maioria delas. E somente um time como o Galo, mundialmente conhecido pelo elo que possui com a torcida, poderia realizar o desejo de Mairon.
Viajemos no tempo até 2006 e lá está o time de glórias e conquistas na segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Um time de estrelas havia levado o Atlético ao fundo do poço e para sair daquela situação, garotos vindos da base teriam que unir-se aos que chegavam de outros Clubes, para reerguer o gigante Clube Atlético Mineiro.
E entre esses que chegavam, estava Marinho, o tal Mairon Cesar Reis, comum das arquibancadas.
Marinho chegou sem pedir que ninguém confiasse nele. Chegou sem alardes da imprensa e sequer tinha a certeza da titularidade na equipe. Mas ele foi titular, marcou gols importantes e causou um renascimento no Mineirão.
Ele sabia que não era craque e nem pedia para que o comparassem com eles. Suas limitações sussurravam em seu ouvido que ele não conseguiria, mas ele não podia ouvi-las diante de um Mineirão enlouquecido aos gritos de “Vamos Subir Galôôô”.
Marinho não pediu para fazer o gol do título, mas uma luz desceu do céu e o acertou em cheio no peito, retribuindo seu pedido de quando era um torcedor de arquibancada. Bola no fundo do barbante e o ano trágico havia terminado para a torcida atleticana.
Uma breve história, ou lenda, como preferir, do torcedor que representava outros milhões em campo, quando o Atlético mais precisou.
Hoje, Marinho não pede que você lembre quantos gols ele marcou com a camisa atleticana, não quer um pôster dele na parede do seu quarto e sabe que talvez poucos se lembrarão dele no futuro. Marinho só quer que você arrede para o lado na arquibancada e abra espaço para que ele volte. Volte a ser o Mairon Cesar Reis, atleticano que só pede a Deus, muita saúde para um coração que será eternamente atleticano...
ABRAÇO NAÇÃO!
Fael Lima
www.twitter.com/cam1sado2e
Gols presentes no vídeo:
Atlético 1x4 Flamengo - Copa do Brasil 2006
Atlético 3x1 Fortaleza - Copa do Brasil 2006
Atlético 1x1 Marília - Brasileiro Série B 2006
Atlético 1x1 Santo André - Brasileiro Série B 206
Atlético 1x1 Vila Nova - Brasileiro Série B 2006
Atlético 1x2 Ituano - Brasileiro Série B 2006
Atlético 3x1 Náutico - Brasileiro Série B 2006
Atlético 3x1 Náutico - Brasileiro Série B 20
Atlético 3x1 Remo - Brasileiro Série B 2006
Atlético 3x2 Coritiba - Brasileiro Série B 2006
Atlético 4x0 São Raimundo - Brasileiro Série B
Atlético 4x1 Avaí - Brasileiro Série B 2006
Atlético 4x1 Guarani - Brasileiro Série B 2006
Atlético 4x2 Gama - Brasileiro Série B 2006
Atlético 1x0 Brasiliense - Brasileiro 2006
Atlético 1x0 Ceará - Brasileiro Série B 2006
Atlético 3x1 Palmeiras - Brasileiro 2007
Atlético 3x1 Sport - Brasileiro 2007
Atlético 3x4 Cruzeiro - Brasileiro 2007
Atlético 4x1 Goiás - Brasileiro 2007
Atlético 4x1 Juventude - Brasileiro 2007
Atlético 3x4 Cruzeiro - Brasileiro 2007
Atlético 4x1 Goiás - Brasileiro 2007
Atlético 6x0 Rio Branco - Mineiro 2008
ERRATA: *O Gol do Atlético no Colo Colo pela Copa do Brasil 2007, presente no vídeo, é na verdade do meia Marcinho.