Os dias passam, o mundo gira, tudo muda, inclusive eu e você mudamos com o passar do tempo, mesmo que não percebamos. O tempo pode mudar uma estrada, desviar rios, criar um túnel onde o fim parece não existir e deixar cicatrizes incuráveis. E não há como fugir do giro do relógio e do sol que viaja todo dia sobre nossas cabeças, levando todos os problemas da humanidade para algum lugar do universo.
Porém há como despistar o tempo, guardando as lembranças em lugares especiais, é possível guardar dentro de cada um, o respeito, a força, a coragem, a raça pro dia a dia, a alegria e tudo que há de melhor em cada um.
Assim é o Clube Atlético Mineiro, centenário que guarda ainda os sorrisos e os sonhos daqueles que começaram sua história, trazendo em seu escudo do século XXI a mesma valentia e força dos primeiros a vestirem essa camisa de energia indescritível. Passaram-se décadas e se Zé do Monte adentrava o gramado com um galo embaixo do braço, a tradição continuou, porém com um Galo ainda mais Doido, de espora afiada, crista avermelhada e ouriçada, disposto a enfrentar qualquer batalha.
O Atleticano parecia imune ao tempo, contagiando cada geração com sua alegria, fazendo as mais lindas festas nas arquibancadas, mesmo nos momentos mais difíceis de sua história. Então o tempo resolveu desafiá-lo com dias amargos, num período onde parecia impossível qualquer gigante suportar, onde a Glória do passado parecia ter sido extinta, dias em que a tristeza aparentemente teria vencido a alegria do povo atleticano.
As derrotas dentro de campo e os bastidores da administração dilaceravam qualquer esperança em ver novamente o Galo fazer jus ao Forte e Vingador que trazia consigo no nome. Apesar dos fins de tarde fazerem alguns acreditarem que o tempo havia vencido a bandeira alvinegra, a maioria acreditou no Galo em que amavam e continuaram a tremer arquibancadas, ecoando o hino mesmo nos citados momentos que machucavam.
A cada verso do hino, uma nova pedrada e um novo tropeço, mas lá estavam cada vez mais malucos batendo no peito agradecendo por serem atleticanos, por carregarem esse dom imortal.
Então o tempo desistiu e recuou, fazendo brilhar novamente os olhos dos apaixonados, já vermelhos como a crista do Galo que defendem.
Os homens de má fé desapareceram, o Galo voltou a possuir respeito, honrando o nome de Minas por todo o mundo fazendo os loucos voltarem a sorrir. Os mesmos loucos enganaram o tempo, guardando tudo que havia de especial no Clube Atlético Mineiro.
Em breve estaremos dentro dos gramados novamente e dessa vez contamos com os jogadores, os dirigentes e a Massa. O tempo? Esse agora trabalha a nosso favor, afinal é questão de tempo para que o mundo cante: "Clube Atlético Mineiro... Uma vez até morrer!"
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