Não sei quando foi, como não sei qual foi a intenção, mas tenho certeza que que a história narrada a seguir começou com Danrlei ou com Bruno. Provavelmente nessa época, entre os anos de 2004 e 2005, alguém salpicou orelha de morcego moída no gol do Atlético, sem que ninguém visse ou não sendo levado a sério quando o pozinho caía sobre o gramado.
Veio Diego Alves e a história sinistra começou contra o Fortaleza em 2005, quando o jovem tomou três gols em 5 minutos. O ano seguinte de Diego foi perfeito e nos fez esquecer temporariamente aquela noite.
Bastou o goleiro sair para conhecermos Juninho e Edson, uma dupla onde não havia titular definido e não importa quem jogasse, as falhas eram certas.
Quando finalmente os dois encerraram seus dias no Galo, as orelhas de morcego foram jogadas dentro de uma boca de sapo e costurada em seguida. A esperança tinha novo nome no gol alvinegro; quando Aranha chegou em 2009. Nada mais clichê que perna de Aranha em feitiço, certo?
Certinho! O goleiro começou nova série de revezamentos com o uruguaio Carini; num filme de terror sem fim. Aranha era lento nas saídas e cometia erros infantis, enquanto Carini insistia em jogar antecipado, o que resultou na chegada de Marcelo.
A orelha de morcego na boca do sapo, com pó de perna de aranha foram jogados dentro de uma cabeça de bode. SARAVÁ!
Acha todo o conto acima exagerado? Então peço que conte-me algo mais lúcido, mas que possa explicar o que acontece com nossos goleiros nos últimos anos.
Não estou dizendo que Marcelo não dará certo ou que não é o goleiro que o Galo precisa nesse momento. Assisti sua estréia e confesso que fiquei empolgado com suas defesas e sua vibração em vários lances, mas o que vi hoje foi grotesco. Amanhã, poucos irão lembrar do erro de Werley ou do erro que cometeu Diego Macedo no mesmo lance, pois o trauma está lá trás, na camisa 1.
Fosse a primeira vez, estaríamos discutindo sobre a possibilidade de falta ou diríamos que foi uma infelicidade rara de se ver, mas.... Levante a cabeça Marcelo e esqueça todos os dias ruins que marcam esse gol defendido por você, esqueça toda pressão e preocupe-se somente em fechar o gol atleticano. Não peço que esqueça da falha de hoje, peço-lhe somente que aprenda com o erro e trabalhe dobrado amanhã, para que o sucesso futuro apague essa data da sua história no Atlético.
Juro que no instante de raiva, meus xingamentos devem ter alcançado sua quinta geração, mas de cabeça fria eu marco contigo uma nova conversa no domingo à noite, certo?
Agora chega pra cá, pegue uma pá e me ajude a cavar esse gramado do melhor Centro de Treinamento do Brasil, à procura dessa maldita cabeça de bode!
