Tomás Andrade deve ser o oitavo reforço do Atlético para a temporada. Vindo por empréstimo do River Plate, o jovem de 21 anos divide opiniões entre torcedores e imprensa. Apesar de ainda não ter sido oficializado pelo Galo, o acerto entre as partes é iminente, visto que o jogador está em Belo Horizonte desde a última segunda-feira.

Com 1,74 metros de altura, e 67 quilos, o meio-campista é natural da Argentina e possui nacionalidade italiana. Pouco aproveitado na equipe comandada por Marcelo Gallardo, Andrade foi emprestado pelo River para ter mais tempo de jogo.

Eleito o melhor jogador da edição de 2013 do Mundial de Clubes Sub-17, o garoto fez apenas sete partidas no último ano. Somadas as aparições por Libertadores, Superliga e Copa Argentina, ele permaneceu em campo somente por 272 minutos.

Andrade, que ainda busca o primeiro gol como profissional, teve uma experiência mal-sucedida na equipe sub-21 do Bournemouth (ING), que disputa a Premier League. Jogou pouco e permaneceu no clube entre o meio de 2015 e o começo do ano seguinte.

Tomás Andrade, em tese, chega ao Galo podendo ser utilizado como ponta ou meia central. No entanto, para o analista de desempenho e integrante do projeto Footure FC, Bolívar Silveira, trata-se de um jogador sem o porte físico necessário para atuar na faixa central do campo. "Ele pode atuar pelos lados ou como um meia-atacante por dentro. Eu prefiro pelos lados, porque ele não possui força física para as disputas corpo a corpo que acontecem mais pelo meio”, explica.

“É um cara de ótimo drible, que rabisca geral. Talvez essa seja a sua melhor característica. Tem também um bom passe curto e movimentação”, diz. “Seria interessante ter um lateral passando às ‘costas’, com ele puxando para o meio e tendo espaço para explorar”, complementa.

Quando perguntado sobre a existência de alguma semelhança entre Andrade e Cazares, Bolívar é enfático. “O Cazares é mais um cara central, que trabalha entrelinhas e busca o gol. São diferentes”, comenta, dizendo imaginar o “hermano” disputando a vaga de meia aberto pela esquerda.

Especialistas apontam dificuldades de Andrade na recomposição defensiva

Por ser muito jovem, Tomás Andrade ainda é um jogador em processo de maturação. Segundo Bolívar Silveira, alguns motivos explicam o fracasso do argentino em River Plate e Bournemouth. “Além de ser fraco fisicamente, ele não possui nenhum comprometimento na parte defensiva e chuta muito mal.”

Na visão de Léo Gomide, setorista do Atlético na Rádio Inconfidência, Andrade é um jogador que procura armar jogadas ofensivas a partir dos lados. Apesar de destacar que o argentino gosta de atuar aberto pelos lados, buscando “centralizar” as jogadas, o jornalista corrobora a visão de Bolívar e ressalta as dificuldades sentidas pelo meio-campista na hora da recomposição. “É um jogador de inconstante participação no momento defensivo para atuar pelas beiradas. Seria necessário um ajuste para tal ou incutir o sistema da equipe no modo de jogar do atleta, dando-lhe obrigações defensivas”, opina. Gomide ainda diz achar difícil que Andrade tenha a aplicação defensiva demonstrada por Róger Guedes e Otero, os pontas titulares do Galo.

por Augusto Leão e Guilherme Peixoto